Governo britânico discutiu o abate em massa de gatos domésticos no início da pandemia
A revelação foi feita pelo ex-ministro da Saúde britânico, explicando que na altura ainda não se sabia se os animais podiam transmitir o vírus aos donos.
O Governo britânico chegou a discutir, no início da pandemia, se teria de pedir às pessoas que tinham gatos de estimação para os abaterem, revelou na quarta-feira o ex-ministro da Saúde, James Bethell.
Em declarações ao canal britânico Channel 4 News, Bethell recordou que a discussão aconteceu numa altura em que havia muito pouca informação sobre o vírus e se os animais poderiam ou não ser um foco de transmissão.
“Na verdade, chegou a existir a ideia, num determinado momento, de que poderíamos ter de pedir às pessoas para abaterem todos os gatos do Reino Unido. Conseguem imaginar o que teria acontecido se quiséssemos fazer isso?”, declarou, citado pelo jornal Guardian.
This might be one of about three things in the world that would lead the British public to violent revolution https://t.co/2OxkIfn7ON
— James Ball (@jamesrbuk) March 1, 2023
Em Julho de 2020, o Reino Unido anunciou o primeiro caso de covid-19 em felinos e as autoridades aconselharam os donos a não beijarem os animais de companhia. Na mesma linha, em Fevereiro do ano passado a investigação de uma equipa portuguesa concluiu que os cães e os gatos podem ficar infectados e serem transmissores do vírus, nomeadamente através do contacto humano. Além disto, os felinos são mais susceptíveis de serem infectados com o coronavírus e desenvolverem sintomas de covid-19.
Apesar de o Reino Unido não ter avançado com a ideia de abater animais, países como Espanha e Países Baixos exterminaram mais de 92 mil martas em 2020, nos primeiros meses da pandemia. E em Janeiro de 2022, as autoridades de Hong Kong anunciavam que iriam fazer o mesmo com quase dois mil hamsters que estavam infectados.