João Neves assume esta quarta-feira presidência da APDL
O novo presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo tem 18 anos de experiência em portos e seis em gestão de empresas públicas.
A nova administração da APDL já foi nomeada e, a partir desta quarta-feira, o engenheiro civil João Neves assume a presidência da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, substituindo o também engenheiro civil Nuno Araújo, que foi convidado para continuar no cargo, mas preferiu sair para assumir um novo desafio profissional.
Os actuais vogais da administração, Cláudia Soutinho e Joaquim Gonçalves, foram reconduzidos, desconhecendo-se para já se vão manter as mesmas responsabilidades ou se o novo presidente do conselho de administração vai optar por fazer mexidas.
Depois da saída de Nuno Araújo, coube e Cláudia Soutinho assumir interinamente a presidência da APDL, sendo a responsável pela direcção de operações portuárias e segurança e direcção de obras e equipamentos, cargo que acumulou com os seus pelouros (recursos humanos, serviços jurídicos, gestão dominial e património, direcção de estudos e planeamento e direcção de relações institucionais e negócios). O administrador Joaquim Gonçalves, para além dos pelouros que tinha, ficou com a direcção de sistemas de informação e a direcção financeira, que estavam sob a alçada do ex-presidente da APDL.
Licenciado em engenharia civil, opção hidráulica, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, João Pedro Moura Castro Neves iniciou a sua carreira profissional em 1997 na empresa Irmãos Cavaco, onde foi director de obra. Permaneceu nesta empresa, que fazia obras marítimas (marinas, retenções marginais portos de pesca), 18 meses e, antes de ingressar na APDL, onde esteve cerca de 14 anos, 10 dos quais como chefe de divisão de obras, teve uma curta passagem pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Matosinhos.
Com 18 anos de experiência em portos e seis em gestão de empresas públicas, João Neves recebe agora o convite para presidir à entidade que é responsável pela jurisdição do porto de Leixões, do porto de Viana do Castelo e da Via Navegável do Douro. Apesar de conhecer bem a casa para onde vai trabalhar, o antigo chefe de divisão de obras vai encontrar uma APDL diferente daquela que deixou em meados de 2013. O seu regresso acontece numa altura em que a administração portuária enfrentou alguma contestação.
Há uma semana, operadores rodoviários que operam no porto de Leixões paralisaram durante dois dias a sua operação no terminal nortenho, protestando contra as demoras nas entregas e a falta de compensações pelos tempos de espera. Um acordo entre a administração portuária e os operadores rodoviários permitiu que a paralisação fosse levantada, pondo um ponto final na contestação.
Em meados de 2013, João Neves deixa a APDL para ir para Moçambique trabalhar na MPDC - Sociedade de Desenvolvimento do porto de Maputo, tendo ocupado o cargo de director de engenharia e membro do conselho executivo desta sociedade. Nessa altura, quem estava também em Moçambique era o ex-ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes.
Depois de regressar de Moçambique, em 2017, João Neves, que é considerado um técnico muito qualificado pelo sector, trabalhou em empresas do grupo Águas de Portugal nos últimos seis anos.
O seu nome para a APDL foi sugerido ao actual ministro das Infra-Estruturas, João Galamba, por Matos Fernandes. A escolha de João Neves foi, no entanto, mal recebida pelo PS-Porto. O presidente da distrital socialista, Eduardo Vítor Rodrigues, acusou o ministro das Infra-Estruturas de ignorar órgãos do partido sobre a nomeação do novo presidente da administração portuária.