Morreu o músico Ismaïla Touré, co-fundador dos Touré Kunda
O cantor senegalês tinha 73 anos. No final dos anos 1970, o duo que formou com o meio-irmão Sixu Tidiane Touré foi um emblema da música africana em França.
O cantor senegalês Ismaïla Touré, co-fundador dos Touré Kunda e pioneiro da divulgação da música africana em França, morreu na segunda-feira em Paris, informou a família num comunicado citado pela agência de notícias AFP. Tinha 73 anos.
Touré estava doente há bastante tempo, adiantou a família, sem precisar a causa da morte.
O grupo que criou com o seu meio-irmão, Sixu Tidiane Touré, “deixou uma marca indelével no mundo da música e da cultura”, recorda a família do cantor, aludindo ao legado do duo fundado no final dos anos 1970 e que se estreou na edição discográfica com Ismaïla do Sixu (1979), logo seguido por E’Mma Africa (1980).
Os Touré Kunda acabariam por tornar-se um nome icónico das chamadas músicas do mundo. Nos discos que gravaram, mescla de vários géneros musicais, reflectia-se também o mosaico linguístico da região onde nasceram, Casamansa, no Sul do país — em alguns dos seus álbuns chega a ouvir-se seis idiomas diferentes.
O grupo senegalês gravou mais de uma dezena de álbuns. Tocou para Nelson Mandela ou François Mitterrand e colaborou com o guitarrista Carlos Santana, com quem andou em digressão.
Ismaïla Touré era também um activista pela diversidade e pelo diálogo intercultural, recorda ainda a família à AFP, tendo trabalhado com as Nações Unidas.
A sua morte já foi lamentada pelo Presidente do Senegal, Macky Sall, que a considerou “uma perda imensa para a música senegalesa e africana”.