O Rosa e o Negro: apoteoses do Melodrama
Dar com um bom título é um prazer. Um bom título pode aumentar a expectativa para o que vamos ler em seguida. Magnificent Repression foi o nome escolhido por Jonathan Rosenbaum para o seu texto no Chicago Reader sobre o filme Far From Heaven (Longe do Paraíso, 2002), de Todd Haynes, um melodrama à maneira daqueles que preencheram o período glorioso de Douglas Sirk (1897-1987) na Universal, do qual faz parte Magnificent Obsession (Sublime Expiação, 1954), que serve o trocadilho de Rosenbaum, apesar de não ser esse o filme de Sirk que mais directamente comunica com o de Haynes (cinco décadas mais tarde), como a própria repetição da palavra “heaven” deixa subentendido. Far from Heaven proporciona-nos a experiência de um melodrama à Sirk amplificado, e esse filme que Haynes intensifica nos elementos originais, e noutros a que Sirk não aludia ou que faziam parte da história do cinema que ficava à porta dos filmes produzidos naquela época, é All That Heaven Allows (Tudo o Que o Céu Permite, 1954).
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