Cuidado com o Pet. Os animais também têm epilepsia. O que devo fazer durante um ataque?
Cuidado com o Pet é o podcast do P3 sobre animais de estimação. Neste episódio, conversamos com uma médica veterinária para sabermos mais sobre os ataques epilépticos nos cães e gatos.
A epilepsia não é uma doença exclusiva dos humanos e pode afectar cães e gatos. No caso dos primeiros, o gene da doença já foi detectado nas raças lagotto romagnolo, pastor belga e boerboel, no entanto os ataques epilépticos também podem surgir noutras e até nos rafeiros.
Neste episódio do podcast Cuidado com o Pet, conversamos com a professora e médica veterinária Filipa Bernardino, do Hospital Veterinário da Universidade do Porto (UPVet), que nos explicou em que idade é que esta doença se manifesta e quais são os tipos de convulsões nos cães e gatos.
“A epilepsia tem um intervalo de idades muito característico. Nós dizemos que surge entre os seis meses e seis anos. Isto significa que para os animais mais novos ou mais velhos, o diagnóstico será pouco provável”, começa por destacar.
Ainda assim, assegura, os cães ou os gatos podem ser diagnosticados em idades mais tardias, mas é certo que a doença já se manifestou e pode apenas "ter passado despercebida ao tutor”.
Filipa Bernardino explica que existem vários tipos de convulsões, sendo que todas têm uma duração máxima de dois a três minutos. “A mais típica é a convulsão generalizada. O animal fica com os músculos todos esticados e depois acaba por entrar em movimentos que chamamos de pedalagem em que começa a pedalar com as patas.”
Um outro tipo de convulsão que pode ocorrer é a parcial que se destaca por alguns tremores em determinadas zonas do corpo como as orelhas, no caso dos gatos, ou os lábios nos cães.
Por outro lado, se o ataque durar mais do que três minutos, trata-se de um problema chamado status epilepticus, ou seja, convulsões mais severas que “surgem quando os animais sofrem envenenamentos”. Nestes caso, o diagnóstico de epilepsia é descartado e o que acontece é antes uma emergência médica em que, reforça a veterinária, "os animais podem morrer porque o organismo não pára”.
O único aspecto positivo desta doença é o facto de não provocar a morte, no entanto, também não tem cura. O tratamento consiste em administrar medicação para que o número e a severidade das convulsões seja reduzido.
Antes de terminarmos a conversa, a veterinária deixou ainda algumas dicas sobre como é que os donos devem actuar durante um ataque epiléptico do animal. Segurá-lo para evitar que caia, colocar cobertores à volta, manter a calma e nunca pôr a mão na boca são algumas das sugestões.
“O mais importante é assegurar que não se magoa, e mesmo quando sair da convulsão, estarem atentos e evitarem que suba escadas e saia para a rua”, conclui Filipa Bernardino.
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