Número de avaliações de casas para crédito à habitação caiu 25,8% mas valor subiu
Subida das taxas Euribor trava pedidos de crédito para compra de casa, mas o valor de avaliação das casas subiu 27 euros num mês.
O valor das casas em processo de compra com recurso a crédito bancário voltou a subir em Janeiro. Foram mais 27 euros do que em Dezembro anterior e um crescimento de 14,9% face a igual mês de 2022, para um valor mediano de 1458 euros por metro quadrado. Mas, em sentido contrário, o número de pedidos de avaliação caiu drasticamente. Foram menos 25,8% face a período homólogo, e menos 33,3% face a Maio de 2022, quando foi atingido o máximo da série.
De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) número de avaliações bancárias diminuiu pelo oitavo mês consecutivo, situando-se em 22.085 mil, quando em Maio do ano passado ascenderam a perto de 33 mil. Face a Dezembro, realizaram-se menos 2108 avaliações bancárias, um decréscimo de 8,7%.
A queda de pedidos de crédito confirma a esperada retracção na concessão de crédito à habitação, reflexo da forte subida das taxas Euribor, que agravem muito significativamente os encargos com juros, e impedem parte das famílias de aceder ao montante de crédito pretendido face ao seu rendimento.
Em termos de valor mediano, verificou-se um aumento face ao período homólogo de 14,9% (13,5% em Dezembro de 2022) e de 1,9% face a Dezembro de 2022.
“O maior aumento face ao mês anterior verificou-se no Algarve (2,2%), tendo-se verificado a única descida na Região Autónoma dos Açores (-0,8%)”, avança o INE.
Do total das avaliações, 14.151 foram apartamentos e 7934 moradias.
Por segmentos, o valor mediano de avaliação dos apartamentos foi 1672 euros por metro quadrado, mais 16,4% relativamente a Janeiro de 2022, e os valores mais elevados foram observados no Algarve (2090 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1988 euros), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1067 euros).
Nas moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1152 euros por metro quadrado, o que representa um acréscimo de 11,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os valores mais elevados observaram-se no Algarve (2083 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1988 euros), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (950 euros e 966 euros, respectivamente).