Dona da Iberia regressa aos lucros e compra Air Europa
O grupo IAG, que controla a Iberia e a British Airways, lucrou 431 milhões de euros em 2022 e vai pagar 400 milhões por mais 80% do capital da Air Europa.
O grupo IAG, que controla as transportadoras aéreas Iberia, British Airways e Vueling, anunciou esta sexta-feira que regressou aos lucros, ultrapassando a época de prejuízos causados pela crise pandémica.
Depois de perdas de 2,93 mil milhões de euros em 2021, o grupo que tem como principal accionista a Qatar Airways (com 25% do capital) obteve lucros de 431 milhões de euros em 2022 e, de acordo com a Reuters, admite um crescimento dos resultados de 90% este ano.
Para 2023, o grupo, que também controla a irlandesa Aer Lingus e tem a marca low-cost Level, antecipa um resultado operacional a variar entre 1,8 mil milhões e 2,3 mil milhões de euros, que comparam com os 1,2 mil milhões de euros obtidos em 2022.
As receitas quase triplicaram dos 8,4 mil milhões de euros em 2021, para cerca de 23 mil milhões de euros, já que, a par de uma maior procura, também houve um aumento médio do preço dos bilhetes, refere o jornal espanhol Cinco Días.
Parte do crescimento este ano virá da operação da Air Europa – a IAG, que já foi apontada como potencial candidata à privatização da TAP, inclusive pelo ministro da Economia, António Costa Silva, anunciou também que irá comprar 80% da Air Europa à Globalia, num negócio de 400 milhões de euros.
Com esta operação, a dona da Iberia passa a ser accionista única da transportadora sediada em Palma de Maiorca, pois em Agosto já havia fechado a compra de 20%, por 100 milhões de euros, explica o El País.
Segundo o diário espanhol, estes 500 milhões de euros correspondem a metade dos mil milhões que foram acordados pelas duas empresas antes da pandemia e que, desde então, foram renegociados “várias vezes”.
Nos termos do acordo, o grupo turístico Globalia, da família espanhola Hidalgo, passa a ser accionista da IAG, com 1% do capital.
O controlo da Air Europa poderá permitir à IAG expandir a sua posição nos mercados da América Latina.
O jornal Cinco Días assinala ainda que, apesar do regresso aos lucros, a IAG, presidida por Luis Gallego, não irá distribuir dividendos devido a compromissos com credores.
De acordo com esta publicação, a Iberia contribuiu com 382 milhões de euros para o resultado operacional da IAG e a British Airways com 362 milhões. As operações da Vueling e Aer Lingus representaram 195 milhões e 45 milhões, respectivamente.