A Comissão Europeia vai proibir a utilização do TikTok nos telemóveis de uso profissional dos funcionários, disse o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton​, nesta quinta-feira, justificando a medida com "questões de segurança cibernética".

Na conferência de imprensa em que anunciou esta proibição, Breton recusou-se a divulgar se foi registado algum incidente que tenha envolvido a aplicação de vídeos chinesa. "Para aumentar a segurança cibernética, o Conselho de Administração Corporativa da Comissão decidiu suspender o uso da aplicação TikTok nos dispositivos de uso profissional e em dispositivos pessoais registados no serviço móvel da Comissão", disse o comissário.

"Esta medida visa proteger a Comissão contra ameaças e acções de segurança cibernética que podem ser exploradas para ataques cibernéticos contra o ambiente corporativo da Comissão", disse ainda, acrescentando que os "desenvolvimentos de segurança noutras plataformas também serão monitorizados".

O TikTok já se pronunciou sobre o anúncio. Disse estar "desapontado com a decisão", que foi "baseada em equívocos". "Entrámos em contacto com a Comissão para esclarecer e explicar como protegemos os dados de 125 milhões de pessoas em toda a UE que usam o TikTok todos os meses", disse um porta-voz da aplicação.

A Comissão Europeia já tinha dito, no fim de Janeiro, que ia proibir a utilização do TikTok na União Europeia se os responsáveis pela rede social não evitarem que os menores tenham acesso a vídeos "potencialmente mortais", segundo noticiou a agência EFE.

Também os Estados Unidos têm demonstrado preocupação relativamente ao TikTok e tomaram uma medida muito semelhante à que a Comissão adoptou agora. O Congresso norte-americano proibiu os legisladores e os seus funcionários de instalarem a aplicação nos seus telefones de trabalho. A polémica nos Estados Unidos sobre o uso da aplicação chinesa agravou-se após a revelação de que a ByteDance, empresa proprietária do TikTok, usou a rede social para "monitorizar a localização física dos jornalistas utilizando os seus endereços IP".