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Popularidade de Marcelo continua em queda

Avaliação média do chefe de Estado, que já foi a mais alta de um Presidente desde 2004, está no seu nível mais baixo desde que tomou posse em 2016. Exigência com o Governo mantém-se.

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Marcelo Rebelo de Sousa cumpre o seu segundo mandato como Presidente da República LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Será um cenário normal, dirão muitos, que um Presidente da República vá perdendo alguma da popularidade que o levou ao cargo. Sobretudo tratando-se de Marcelo Rebelo de Sousa, que deu novos contornos ao sentido de popularidade do chefe de Estado.

Com quase sete anos passados sobre a sua tomada de posse, o Presidente da República tem agora a sua avaliação média e o conjunto de avaliações positivas mais baixo desde 2016. Habituado a dar notas nos seus comentários semanais nas televisões, é agora Marcelo quem as recebe dos inquiridos: na sondagem do Cesop/Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, recebeu nota positiva, ou seja, igual ou superior a 10 de 79% dos inquiridos.

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Porém, a avaliação média está em queda acentuada desde o início do segundo mandato, e situa-se agora numa nota de 12,2, o que representa uma queda de 0,7 pontos desde Julho do ano passado. A essa classificação não será alheio o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter praticamente defendido o Governo em quase todas as polémicas que envolveram membros do executivo nos últimos meses. A excepção mais óbvia terá sido o caso da secretária de Estado da Agricultura, a quem Marcelo abriu a porta da rua e que provocou a sua demissão 26 horas depois de lhe ter dado posse em Belém. A oposição tem acusado o Presidente da República, em várias situações, de não exigir o suficiente do Governo.

Mas houve também outros episódios que envolvem apenas o Presidente da República, como as suas declarações sobre os abusos sexuais na Igreja, quando disse: "Haver 400 casos não me parece que seja particularmente elevado porque noutros países com horizontes mais pequenos houve milhares de casos.” Os seus comentários fizeram com que algumas vítimas se tenham sentido "chocadas" e acabassem mesmo por contar os seus casos, confirmou há dias o relatório da comissão independente aos abusos na Igreja.

No final do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa esteve também no centro da polémica quando desvalorizou a questão dos direitos humanos no Qatar. “O Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal”, reconheceu, mas acrescentou logo de seguida: “Mas, enfim, esqueçamos isto, é criticável, mas concentremo-nos na equipa.”

Em Novembro de 2016, Marcelo tinha uma nota média de 16,3 e 97% de avaliações positivas, tendo reduzido para uma nota de 15,7 (95%) em Maio de 2021, quando tomou posse para o segundo mandato.

Na avaliação que os inquiridos fazem da sua relação com o Governo, 36% dizem que está mais exigente do que no primeiro mandato, 38% consideram que o nível de exigência está igual e apenas um quarto (23%) diz que está menos exigente.

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