Reacções a discurso de Putin: “O mundo fica mais perigoso”, diz Stoltenberg
EUA classificam como “irresponsável” a suspensão de participação russa em tratado de não proliferação nuclear.
Uma das primeiras reacções ao discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, veio do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que lamentou a suspensão da participação da Rússia num tratado de controlo de armas nucleares.
“Com mais armas nucleares e menos controlo de armas, o mundo fica mais perigoso”, declarou Stoltenberg, numa conferência de imprensa conjunta como ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, e o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, em Bruxelas.
Em resposta à acusação de Putin de que o Ocidente estava a tentar destruir a Rússia, Stoltenberg declarou que Moscovo é responsável pela invasão da Ucrânia: “Foi a Rússia que começou esta guerra de conquista imperial”, afirmou. “Como Putin disse hoje, ele está preparado para mais guerra (…) e não a pode vencer”, declarou o chefe da NATO. “Seria perigoso para a nossa própria segurança e para o mundo inteiro.”
Pouco depois, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, classificava a decisão anunciada por Putin como “profundamente infeliz e irresponsável”. “Vamos observar com muita atenção o que a Rússia vai realmente fazer”, disse ainda Blinken aos jornalistas, em Atenas. “Claro que vamos assegurar de que, em qualquer circunstância, estaremos numa posição adequada para a segurança do nosso próprio país e dos nossos aliados.”
Quem também reagiu ao discurso de Putin foi a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, que estava na Ucrânia, declarando que se tratou de “propaganda”, e que tinha tido esperança de ouvir algo mais construtivo.
“Uma parte do meu coração tinha esperado por palavras diferentes, por um passo em frente”, declarou Meloni, que estava a visitar a cidade ucraniana de Irpin, uma das localidades perto de Kiev em que foram registados crimes de guerra russos durante as semanas que durou a ocupação russa. “Foi propaganda.”