Na Liga dos Campeões, o Real Madrid nunca desiste
“Merengues” vencem o Liverpool em Anfield por 2-5, após uma tremenda reviravolta. Nápoles ganha vantagem em Frankfurt.
O Real Madrid olha para a Liga dos Campeões como a “sua” competição e tem motivos para isso: já a ganhou 14 vezes. E este historial inigualável alimenta a crença permanente dos “merengues”, mesmo em situações adversas. Já o vimos muitas vezes e voltámos a ver nesta terça-feira, em Anfield, um Real Madrid orgulhoso, que venceu o Liverpool por 2-5 na primeira mão dos oitavos-de-final da Champions. Depois de estar a perder por dois, o Real marcou “só” cinco golos seguidos.
Foi um jogo de espectáculo, erros e muitos golos, bem diferente do que tinha sido o anterior confronto entre “reds” e “blancos”, uma anémica final de Liga dos Campeões, em Agosto do ano passado, que caiu para o Real com um golo solitário de Vinícius. Mas a equipa de Jürgen Klopp parecia bem empenhada em vingar esse pesadelo em Paris, com uma dinâmica a fazer lembrar o Liverpool de tempos recentes. Logo aos 4’, foram os "reds" a dar espectáculo. Jogada rápida pela direita, Mo Salah coloca a bola na área e Darwin Nuñez, de calcanhar, faz o 1-0.
Anfield entrou em delírio com a habilidade do avançado uruguaio ex-Benfica e mais eufórico ficou aos 14’, quando Thibaut Courtois, habitualmente seguríssimo, se atrapalhou com a bola após um passe atrasado de Carvajal. Salah estava por perto e reagiu rápido ao erro do belga para fazer o 2-0. Isto era o Liverpool a dar um amasso ao Real Madrid e a saborear cada momento.
Só que, do nada, a equipa de Ancelotti voltou à vida. Aos 21’, Benzema entrega a bola a Vinícius e deixa-o fazer o resto. O brasileiro encontra espaço na área e remata para o fundo das redes de Alisson, mostrando que nunca se deve subestimar uma equipa tão habituada a ganhar como o Real. E, ainda antes do intervalo, os “merengues” reentraram definitivamente no jogo. Aos 36’, Joe Gómez faz um atraso nada brilhante para Alisson, e o guardião dos “reds” faz ainda pior: remata contra Vinícius e a bola segue outra vez para dentro da baliza.
A primeira parte passou a correr, a segunda não demorou quase nada a acelerar. Logo aos 47’, num livre lateral marcado de forma impecável por Modric, Éder Militão surgiu sozinho na pequena área e concretizou a reviravolta. Elevou o moral dos madridistas a níveis estratosféricos e lançou o Liverpool numa tremenda depressão. Rapidamente o Real aproveitou a nova relação de forças no jogo, com Benzema a fazer o 2-4 aos 56’, após passe de Rodrygo.
Klopp ainda tentou meter cabeças frescas em campo – Diogo Jota foi um dos que entraram, aos 64’ –, mas foi o Real a carregar mais no resultado. Aos 67’, depois de receber a bola de Vinícius na grande área, após tremenda investida de Modric, Benzema tirou o guarda-redes da frente para fazer o quinto do Real Madrid.
Em Frankfurt, não houve tantos golos nem tanta emoção como em Liverpool, mas também houve um vencedor claro. Num jogo dirigido pelo português Artur Soares Dias, o Nápoles venceu o Eintracht, por 0-2, confirmando o favoritismo que tinha nesta eliminatória perante o vencedor da Liga Europa na época passada.
Os napolitanos, que estão a caminho de recuperar o “scudetto” na Série A italiana, até falharam um penálti aos 36’ (Kvaratskhelia permitiu a defesa de Trapp), mas foram para o intervalo a vencer, com um golo de Osimhen, aos 40’.
Na segunda parte, o Eintracht ficou reduzido a dez, aos 56’, com a expulsão por vermelho directo de Kolo Muani (Soares Dias estava bem perto e não teve dúvidas), e o Nápoles aproveitou a superioridade numérica para aumentar a sua vantagem, com um golo de Di Lorenzo aos 65’, após assistência de “Kvaradona”.