Mais de cem macacos que estavam a ser utilizados para investigações biomédicas, num centro científico no Sudoeste da Colômbia, foram resgatados, por suspeitas de maus tratos aos animais, revelou na sexta-feira o Ministério Público colombiano.
A justiça do país abriu um inquérito para apurar se há conduta ilícita no centro científico no departamento de Valle del Cauca, que pode incluir crimes contra a vida, a integridade física e emocional dos animais, o meio ambiente e os recursos naturais, bem como da administração pública, destacou esta entidade em comunicado.
Autoridades ambientais, unidades da Polícia Nacional e do Exército Nacional participaram na operação de resgate, que, juntamente com o Ministério Público, recuperaram os 108 macacos que estão agora à responsabilidade da autoridade regional de Valle del Cauca, para serem avaliados por biólogos e veterinários.
"As conclusões das análises permitirão esclarecer o estado de saúde dos animais e as supostas alterações comportamentais", frisou o Ministério Público, indicando que estes resultados serão "relevantes para as investigações em andamento".
A Peta denuncia a falta de documentação e registos veterinários e acrescenta que 21 macacos desapareceram das instalações científicas, uma cria morreu e um outro primata foi resgatado sem um olho.
A justiça colombiana acrescentou ainda que a investigação permitiu estabelecer que "os animais foram transferidos de La Mojana Sucreña, no Noroeste do país, para a sede do centro científico na zona rural de Cali".
No âmbito das fiscalizações efectuadas pelo Ministério Público estão a ser "verificados os métodos e percursos utilizados para transportar os primatas, bem como o estado e condição em que permanecem e são tratados nos laboratórios".