As vidas do Festival de Berlim são feitas de pequenos nadas
Finalmente, a Berlinale começa a aquecer. E nem precisou de fugir dos seus territórios habituais: bastou-lhe abrir as portas, à sombra de Richard Linklater e Kogonada, a Celine Song e Bas Devos.
Se para muitos realizadores o acto de fazer cinema decorre da vontade de contar uma história, de modo mais ou menos linear, para outros (tantos?) tal operação dispensa dramatismos, reviravoltas ou tragédias. Basta a atenção aos pormenores, aos “pequenos nadas”, aos “brilhozinhos nos olhos” que dizem mais do que muitos diálogos e outros tantos exageros. A dramaturga coreano-americana Celine Song pertence a essa categoria de cineastas (a par do belga Bas Devos, da mexicana Lila Avilés, do chinês Lu Zhang), e o seu filme Past Lives, que já causara sensação em Sundance, é um dos primeiros grandes frissons de uma competição oficial que só agora, passado o primeiro fim-de-semana deste 73.º Festival de Berlim, começa verdadeiramente a ganhar fôlego.
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