Amores em tempo de guerra com Luísa Sobral a dançar numa ode à vida
Sexto álbum de Luísa Sobral, DanSando nasceu de um impulso de felicidade que coincidiu com o pesadelo de uma guerra. Este sábado ao vivo, na Casa da Música.
O “S” de DanSando podia vir de Sobral, mas vem de Sophia. Ou melhor, de uma frase que Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu, certo dia, ao recusar em dez pontos o Acordo Ortográfico de 1990: “A única palavra portuguesa cuja ortografia precisa de ser mudada é dança que se deve escrever com ‘s’ como era antes, porque o ‘ç’ é uma letra sentada”. Luísa Sobral gostou da ideia e fez a troca no título do seu mais recente álbum, destacando o “S” em maiúscula a meio da palavra DanSando. Porque é um disco que dança, não um disco de dança, já que nele palavras e sons parecem embalados nesse ímpeto de dar corpo a um sentimento de felicidade, onde numa bem temperada leveza pop se misturam amores (“Quero falar de amor/ Nada de novo eu sei”) e desamores (“Há guerra na televisão/ Os velhos e os novos de armas na mão”), como, aliás, sempre fez. “Os meus discos falam todos de amores e desamores”, diz Luísa ao Ípsilon. “Porque acho que não há mais assuntos, na verdade. Mesmo quando falamos sobre a guerra, estamos a falar sobre amor, neste caso o amor-próprio do Putin. Há maneiras diferentes de ver, mas na verdade é tudo sobre amor.”
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