Mais de 3000km a tentar vender o PRR

António Costa anda desde o início de Janeiro a tentar mostrar que o PRR está a ser executado. O plano é continuar a correr o país. O PRR em Movimento não tem data para terminar.

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A digitalização de 1000 filmes para a Cinemateca é um dos investimentos financiados pelo PRR Rui Gaudencio

Começou no início de Janeiro e não tem data para terminar. Pressionado pelo Presidente da República a fazer com que Portugal use os mais de 16,6 mil milhões de euros atribuídos pela Comissão Europeia (CE) no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), António Costa já fez mais de 3000 quilómetros em visitas a obras, empresas, centros de saúde e outros investimentos. Objectivo: “verificar no terreno” que o dinheiro está a ser usado.

O roteiro arrancou a 4 de Janeiro e já teve 15 eventos, que passaram por oito distritos, alguns mais do que uma vez. O primeiro-ministro visitou obras de cuidados de saúde primários, de alojamento estudantil, inaugurou um centro social e paroquial, visitou a Fusion Fuel Portugal, em Benavente, a Bluepharma, em Coimbra, a Riopele, em Vila Nova de Famalicão.

Apresentou serviços públicos mais modernos na área da Segurança Social e visitou obras para demolição e realojamento no âmbito do programa de habitação 1.º Direito, lançou o concurso para o prolongamento da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa. E assinou nove agendas mobilizadoras na área das agendas verdes para a inovação empresarial.

O chefe do Governo quis também mostrar variedade: esteve num evento de digitalização de 1000 filmes para a Cinemateca e assinou contratos de projectos financiados pelo PRR dedicados à alimentação sustentável.

Durante as visitas, o primeiro-ministro deu números, fez pedagogia e deixou apelos. Logo no primeiro evento, a 4 de Janeiro, disse que o PRR já tinha 93 mil candidaturas aprovadas e “um terço já validado com a Comissão Europeia”. Explicou que o dinheiro não chega de qualquer forma a Portugal. A lógica do PRR não é a de um cheque que nos é passado em Bruxelas para nós distribuirmos no país. O PRR é um contrato que nós assinámos com a União Europeia, que tem um conjunto de metas, de marcos e de objectivos, e em que os pagamentos são feitos conforme vamos cumprindo as metas, os marcos e os objectivos.

A 7 de Fevereiro, e no rescaldo de uma crise política com várias demissões, António Costa pediu foco no PRR. Em Alcobaça desafiou as empresas a pedalar para que o país chegue ao final do programa, que é em 2026, mais bem preparado não só para enfrentar crises que o futuro possa trazer, mas sobretudo com mais e melhor emprego, maior rentabilidade para as empresas e uma economia mais sustentável.

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