Actriz Raquel Welch morre aos 82 anos

One Million Years BC (1966) e Fantastic Voyage (1966) fizeram dela “o” sex-symbol dos anos 60 e 70.

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Foi um dos sex-symbols, talvez "o" sex-symbol, do cinema americano dos anos 60/70 DR
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Welch começou a carreira na estação de televisão KGMB Reuters/Mario Anzuoni
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Tal como Monroe, Welch queria ser levada a sério como actriz, mas nunca o conseguiu Reuters/Gary Hershorn
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A notoriedade de Welch sobreviveu sempre ao desastre que foram os filmes Reuters/Danny Moloshok

A actriz norte-americana Raquel Welch, conhecida pelos filmes One Million Years BC (1966), Fantastic Voyage (1966) dois títulos de culto e Os Três Mosqueteiros (1973), morreu esta quarta-feira aos 82 anos. A informação foi avançada pelo site TMZ, especializado em notícias de celebridades, e pelo The New York Times, que citam a família da artista.

Foi um dos sex-symbols, talvez "o" sex-symbol, do cinema americano dos anos 60/70: Fantastic Voyage (1966) e sobretudo One Million Years BC (1966), aventura que juntava homens e dinossauros numa convivência sem preocupações históricas e em que Raquel usava um bikini da Idade da Pedra que só tinha paralelo, na iconografia sensual desses anos, ao de Ursula Andress em Dr. No (1962), fizeram Hollywood retomar a sua produção de corpos e de ilusões que fora abalada, poucos anos antes, com a morte de Marilyn Monroe. Depois da loura, e da tragédia e da amargura que penetrou Hollywood, chegou a morena, o seu sentido de humor e a capacidade de aguentar a (auto)paródia.

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Raquel Welch em One Million Years B.C.

Tal como Monroe, Welch queria ser levada a sério como actriz, mas nunca o conseguiu. Deve dizer-se que alguma das suas escolhas pareciam querer sabotar essa pretensão: por exemplo, Myra Breckinridge (1970), adaptação do romance de Gore Vidal, em que interpretava uma personagem transgénero e media forças, na espiral de kitsch que é esse filme, com uma diva de 77 anos, Mae West.

Mas os tempos eram outros e uma das diferenças entre Raquel e Marilyn é que no caso da morena não havia espaço para a amargura nem para a tragédia. Não podes lutar contra eles, junta-te a eles. A paródia passou a ser assumida. "Pode dizer-se muitas coisas sobre [One Million Years B.C.] mas desafiante não é uma delas".

A sua notoriedade sobreviveu sempre ao desastre que foram os filmes. Por exemplo, 100 Rifles (1969), western spaghetti que trazia o black power ao establishment: um actor negro, Jim Brown, ficava com a rapariga (Raquel) e desaparecia, como desapareciam os heróis, ao pôr-do-sol. Quentin Tarantino, que é capaz de resgatar muitos maus filmes, pronunciou-se assim: "Credo, como é que se pode estragar um filme com Jim Brown, Burt Reynolds e Raquel Welch?". Mas estragou-se.

Raquel Welch (nome artístico de Jo Raquel Tejada) nasceu a 5 de Setembro de 1940 em Chicago, no estado norte-americano do Illinois, numa família de origem boliviana. Começou a sua carreira dividindo-se entre o teatro e a apresentação de notícias de meteorologia para a estação de televisão KGMB, em San Diego.

Estreou-se no cinema em 1964, com pequenos papéis no filme A House is Not a Home e no musical Roustabout. O nome, Welch, tomou-o do seu primeiro marido, James Welch, de quem teve os seus únicos dois filhos. O papel que desempenhou como Constance Bonacieux, na versão de 1973 de Os Três Mosqueteiros, um bom exemplo da capacidade de Raquel Welch de ir a jogo (atenção: é um filme de Richard Lester), valeu-lhe um Globo de Ouro como melhor actriz.

É também conhecida de uma geração mais jovem pelo papel como "senhora Windham-Vandermark" que desempenhou, em 2001, no filme Legalmente Loira, ao lado de Reese Witherspoon.

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