Os abusos sexuais e a ressurreição da Igreja
A fragilidade da Igreja é a melhor garantia de que o processo não acaba por aqui. A sua face negra e o clericalismo ficaram sob pressão. O seu tempo, que já estava ameaçado, acabou.
Na manhã desta segunda-feira fez-se o desenterro de um pesadelo que atormentou milhares de crianças portuguesas ao longo de décadas. A primeira palavra, o primeiro gesto e o primeiro sentimento têm de lhes ser dirigidos. Mas a revelação densa, sustentada, sentida e corajosa da comissão que analisou os abusos sexuais de crianças exige também que se desenterre o papel dos que perpetraram este crime. Ou dos que foram com ele coniventes. Ou até dos que, com o silêncio resignado e cúmplice, trataram de esquecer os abusos nas suas comunidades.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.