Murro no estômago

A Igreja não pode voltar atrás. A seriedade do que fez agora vai ser posta à prova. Tem de fazer muito mais, de maneira firme, rápida e decisiva, para não deixar dúvidas a ninguém.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa deu-nos ontem um valente murro no estômago, com a revelação de histórias e números perturbadores. Fez bem. Precisávamos desse abanão para ver a realidade em toda a sua dimensão monstruosa. O abalo para a igreja não tem precedentes. Pelo que fizeram os padres abusadores, pelo encobrimento intencional por parte de elementos da instituição e pela descoberta, assustadora, de que há mais de 100 sacerdotes assinalados como abusadores ainda em funções. Portanto, sem meias palavras, no plano da moralidade e da decência, a Igreja Católica portou-se mal durante demasiados anos, violou grosseiramente o pacto de confiança com a comunidade e merece por inteiro a censura pública.

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