Contingente português de 144 peritos parte hoje para o Chile para ajudar a combater fogos

O Chile está a enfrentar uma vaga de incêndios florestais no Centro e Sul do país com registo de várias mortes. Espanha e França também disponibilizam ajuda.

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Panorâmica do incêndio florestal em Biobio, Chile EPA/ESTEBAN PAREDES DRAKE

Portugal vai enviar este sábado para a Província de Concepción, no Chile, um contingente de 144 pessoas, entre bombeiros, militares da GNR e pessoal médico, para ajudar a combater os fogos florestais que assolam aquele país, revelou a Protecção Civil.

Este contingente, apelidado de Força Operacional Conjunta (FOCON) e coordenado pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), sai do Terminal Militar de Figo Maduro, em Lisboa, às 22h num avião comercial com destino à província de Concepción, na região de Bío-Bío, no Chile, onde irá exercer a sua missão, referiu, em comunicado.

Segundo o que o PÚBLICO apurou, esta equipa portuguesa é composta por 144 operacionais, entre os quais cinco elementos da ANEPC e 42 bombeiros da Força Especial de Protecção Civil da ANEPC, "uma força altamente especializada no combate aos incêndios, em situações de emergência, acidente grave ou catástrofe e no apoio ou recuperação da normalidade da vida das comunidades afectadas". Além disso, a força nacional inclui 30 bombeiros voluntários de corporações da região de Lisboa e Vale do Tejo; 30 elementos da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR, "especializados em combate a incêndios florestais"; 31 elementos sapadores florestais do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); e seis elementos do INEM, aos quais está "confiada a missão de garantir o apoio sanitário".

Em comunicado, a Protecção Civil realçou que estes operacionais têm valências no combate aos incêndios florestais e levam consigo meios terrestres e ferramentas manuais.

Esta ajuda portuguesa já havia sido anunciada na sexta-feira pela Comissão Europeia que, em comunicado, falava em 141 e não 144 peritos. "A ajuda de Portugal decorre do pedido de assistência internacional para combate a incêndios florestais formulado pelas autoridades chilenas via Mecanismo de Protecção Civil da União Europeia", salientou a Protecção Civil.

O Chile está a enfrentar uma vaga de incêndios florestais no Centro e Sul do país com registo de várias mortes, centenas de pessoas retiradas das suas habitações e danos em edifícios. As regiões de Bío-Bío, Ñuble e La Araucanía são as mais afectadas.

Para além de Portugal, Espanha e França também disponibilizam ajuda, tendo Madrid disponibilizado duas equipas de combate a incêndios florestais terrestres, num total de 28 pessoas, e uma Equipa de Avaliação e Aconselhamento de Combate a Incêndios Florestais de dez peritos. França destacou uma equipa de 80 bombeiros.

Além desta missão, encontra-se também uma Força Operacional Conjunta portuguesa em Hatay, na Turquia, desde 9 de Fevereiro, com um total de 52 elementos e seis cães treinados para busca e salvamento. O comandante da FOCON na Turquia é José Guilherme São Marcos, um dos cinco elementos da ANEPC que fazem parte da missão. Esta equipa inclui ainda 26 elementos da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR, entre os quais elementos "especializados em busca e salvamento em estruturas colapsadas", em drones usados para reconhecimento, membros do grupo de intervenção cinotécnico e um engenheiro; 15 elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa; e seis elementos do INEM.

De acordo com o que o PÚBLICO apurou, está é a primeira vez que Portugal projecta duas forças ao mesmo tempo em termos internacionais.