Associação lança petição para tornar obrigatório uso de capacetes em trotinetas
Em 2022 registaram-se 1691 acidentes de trotineta, o que representa um aumento de 78% em relação ao ano anterior e uma média de 141 acidentes mensais.
A associação Novamente, de apoio às vítimas de traumatismos crânio encefálicos (TCE) e às suas famílias, lançou uma petição pública, disponível no site, para tornar obrigatório o uso de capacetes em trotinetas, indicou a organização num comunicado.
Assinalando que os acidentes com trotinetas eléctricas são "um sério problema de saúde pública" e que "uma queda a 20 quilómetros por hora sem capacete pode provocar lesões cerebrais graves e a morte", a Novamente quer apresentar o requerimento à Assembleia da República para que esta regulamente aquela obrigatoriedade.
"Onde anda com a cabeça? Num acidente, só o capacete pode evitar o traumatismo" é a mensagem inscrita num cartaz de divulgação da petição, acompanhada da imagem de uma queda.
Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em 2022 registaram-se 1691 acidentes de trotineta, o que representa um aumento de 78% em relação ao ano anterior e uma média de 141 acidentes mensais.
"O número de vítimas graves destes acidentes também aumentou, nomeadamente (...) vítimas que apresentam lesões crânio encefálicas e as que necessitam de cuidados intensivos", refere o comunicado.
A associação sem fins lucrativos criada por pais, médicos e amigos de traumatizados cranioencefálicos considera que as trotinetas têm "inquestionáveis vantagens para o meio ambiente" e são "muito práticas" para quem vive nas cidades, mas nota que "na sua utilização muitas vezes são negligenciadas as normas de segurança" e chama a atenção para "as consequências económico-sociais", quer para as famílias, quer para a sociedade daquelas lesões.
Segundo a associação, a petição já foi assinada por mais de mil pessoas. "O que se pede com esta petição é muito simples: a protecção do que mais precioso e mais sensível temos no nosso organismo: o cérebro", indica a Novamente, que espera que mais signatários "se venham a juntar à causa".
Para ajudar a desenvolver medidas de prevenção, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) vai passar a ceder à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) dados dos utilizadores de velocípedes envolvidos em acidentes.
Em Lisboa, vão passar a existir menos trotinetas e vai passar a ser proibido estacionar em zonas históricas e nos passeios. Mais ainda, deverão passar a circular com uma velocidade inferior, até porque os municípios têm poderes para regular a velocidade das trotinetas. O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa já recomendou a redução da velocidade máxima nos bairros residenciais das cidades para 30 quilómetros por hora.