Acervo da Biblioteca-Museu República e Resistência estará disponível na Biblioteca de Alcântara
Biblioteca, que se localizava no bairro do Rego, foi encerrada em 2019. Espólio fica disponível a partir de sábado na Biblioteca de Alcântara.
A Câmara Municipal de Lisboa inaugura na sexta-feira a Sala República e Resistência na Biblioteca de Alcântara, que disponibilizará o acervo que se encontrava na Biblioteca-Museu República e Resistência, que encerrou em 2019.
"A partir do dia 10 de Fevereiro, a Sala República e Resistência passa a integrar um dos espaços da Biblioteca de Alcântara, com o objectivo de dar a conhecer a todos a Colecção República e Resistência mediante empréstimo ou consulta local", informa a Câmara de Lisboa.
Em comunicado, o município refere que a medida pretende "reforçar a missão da Biblioteca de Alcântara como uma Casa da Cidadania e encontro de culturas", realçando que o local está "profundamente ligado às lutas e aos ideais republicanos e à resistência antifascista".
A Sala República e Resistência da Biblioteca de Alcântara vai disponibilizar o acervo que se encontrava na Biblioteca-Museu República e Resistência, fundada em 1993 e encerrada em 2019, "que reunia uma extensa colecção de monografias, publicações periódicas e material de arquivo e documentos relacionados com a I República e a resistência ao regime do Estado Novo".
Neste âmbito, a Câmara de Lisboa pretende, ainda, em estreita colaboração com o Museu do Aljube, com a academia e com diversos centros de investigação, "desenvolver uma programação temática sobre este fundo bibliográfico, reforçando a sua importante significação cultural, na cidade de Lisboa e no país".
A cerimónia de inauguração da Sala República e Resistência na Biblioteca de Alcântara está agendada para sexta-feira, às 17h30, e contará com a presença do vereador da Cultura, Diogo Moura (CDS-PP).
Em 20 de Dezembro, a Câmara de Lisboa anunciou que parte do espólio da Biblioteca-Museu República e Resistência iria ser disponibilizado a partir de Janeiro na Biblioteca de Alcântara, mantendo-se o restante no Museu do Aljube.
O espólio "fica dividido entre o Museu do Aljube e a Biblioteca de Alcântara, nada ficou em causa", afirmou o vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, Diogo Moura (CDS-PP), no âmbito de um debate de actualidade sobre o encerramento da Biblioteca-Museu República e Resistência, requerido pelo PCP, na Assembleia Municipal.
Na abertura do debate, a deputada do PCP Natacha Amaro criticou o "silêncio ou informações vagas e imprecisas, tanto deste executivo como do anterior", relativamente ao futuro da Biblioteca-Museu República e Resistência, encerrada há três anos devido à necessidade de obras no edifício.
"Ficámos a saber que no espaço físico da biblioteca, no bairro do Rego, seria inaugurado um espaço denominado "Avenidas", o primeiro do programa "Um Teatro em Cada Bairro". Nenhuma proposta foi levada a reunião de câmara ou sequer uma informação, nada foi dito aqui na assembleia, fosse sobre o futuro da Biblioteca-Museu República e Resistência, fosse sobre este tal novo espaço", declarou a comunista, considerando que é um processo que "envergonha a cidade".
As preocupações do PCP foram acolhidas pelos grupos municipais do PEV, BE, PS, Livre e movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).