Sp. Braga tira o Benfica da Taça de Portugal nos penáltis
Os bracarenses vão defrontar o Nacional nas meias-finais da prova.
O Sp. Braga eliminou nesta quinta-feira o Benfica da Taça de Portugal ao vencer os benfiquistas no desempate nos pontapés de grande penalidade por 5-4, após uma igualdade a um golo no tempo regulamentar e no prolongamento.
O Benfica começou por tentar marcar posição com Aursnes a precisar de apenas cinco minutos para testar a atenção de Matheus na baliza bracarense, com um remate-aviso sem pólvora.
Com Pizzi a reencontrar o Benfica na condição de titular (Artur Jorge não arriscou o regresso de Ricardo Horta ao "onze", depois de lesão), o treinador do Sp. Braga transferiu André Horta para a esquerda e colocou Pizzi no apoio a Abel Ruiz.
O espanhol — autor do golo madrugador no triunfo dos minhotos sobre as “águias” para o campeonato — foi sistematicamente solicitado nas primeiras acções ofensivas, mas coube a Niakaté (outra novidade, a render Paulo Oliveira) o momento mais ameaçador para a baliza de Vlachodimos.
O remate do central francês, no interior da grande área, foi instintivamente desviado pela cabeça de Otamendi, dando ao Benfica tempo para assestar baterias e dar a provar ao Sp. Braga do mesmo veneno servido pelos “arsenalistas” no jogo do campeonato, que ditou a única derrota da época para a equipa de Roger Schmidt.
Em cima do primeiro quarto de hora, David Neres marcou um canto do laboratório de Schmidt, com Aursnes a receber junto à linha final e a devolver ao brasileiro, que descobriu Gonçalo Guedes na área, antecipando a marcação de Abel Ruiz para cabecear fora do alcance de Matheus.
Expulsão de Bah e golo líbio
O Benfica estava em vantagem, que poderia ter reforçado quatro minutos depois... caso o VAR tivesse atendido a reclamação de Gonçalo Guedes, um pedido de penálti liminarmente rejeitado.
VAR que assumiria, cerca da meia-hora de jogo, novo protagonismo ao alterar a cor da cartolina mostrada a Bah na sequência de uma entrada duríssima sobre Pizzi. A expulsão do dinamarquês, compensada por Schmidt com o sacrifício de Gonçalo Guedes para a entrada de Gilberto, teve impacto imediato no marcador.
Também de canto, André Horta colocou a bola directamente na área, onde Tormena se elevou, acabando António Silva por fazer o desvio para os pés do líbio Al Musrati, que bateu Vlachodimos, empatando a eliminatória.
A partir daí, o Benfica teve de sujeitar-se a um jogo completamente diferente, com o Sp. Braga a pressionar mais alto, a ganhar mais duelos e a encostar os “encarnados” (já convertidos a um 4x4x1) às cordas.
No regresso das cabinas, Bruma surgiu no lugar de Pizzi (provavelmente por razões físicas), enquanto o Benfica mudava a configuração para uma defesa de três centrais, com Morato a render Florentino e Neres a ceder o lugar a Gonçalo Guedes.
Na prática, o Sp. Braga empurrou o adversário para uma formação de cinco defesas, com Aursnes e João Mário no apoio a Ramos, ficando Chiquinho a escorar um sistema que poderia ter sido desmobilizado caso o árbitro tivesse encontrado maior semelhança na entrada ríspida de Racic sobre Aursnes.
O vermelho não saiu, mas Racic também não continuou, até para evitar um segundo amarelo a um homem marcado. Era a hora de Banza e Ricardo Horta, chamados à fase de decisão. Mas seria Aursnes a dispor de excelente oportunidade, levando a bola a sair ao lado. Melhor só os disparos dos manos Horta, ambos desviados por Vlachodimos.
Perspectivava-se o prolongamento, que lance polémico na área minhota entre Tormena e Ramos podia ter evitado. O VAR mandou jogar, dando a Banza ensejo para resolver logo a seguir. O francês acertou no ferro e o jogo teve mesmo tempo extra, penoso para quem estava há uma hora em inferioridade e acabou o jogo com nove, após nova expulsão, mesmo no final do prolongamento.
No desempate nas grandes penalidades, todos acertaram na baliza com excepção de Aursnes, que permitiu a defesa de Matheus e deu a qualificação ao Sp. Braga.