Entidade reguladora alerta para perdas de milhões de litros de água na rede pública

Pelo menos 45 municípios portugueses têm perdas acima dos 50% e 19 não fazem sequer a medição.

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Média do país em termos de perdas nas redes de abastecimento situou-se nos 237 milhões de litros de água por ano Adriano Miranda

A rede de abastecimento de água portuguesa perde milhões de litros de água todos os anos, alerta a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que pede uma aposta na redução desses valores.

No relatório anual da ERSAR, sobre a caracterização do sector de águas e resíduos, salienta-se que, face às alterações climáticas, os progressos em outros sectores “devem ser acompanhados pela aposta na redução das perdas reais de água, que persiste com valores demasiado elevados”.

Em 2021, a média do país em termos de perdas nas redes de abastecimento situou-se nos 28,8%, correspondentes a 237 milhões de litros de água por ano, valor que se mantém relativamente constante há mais de uma década, diz em comunicado a propósito dos dados da ERSAR a Indaqua, um dos maiores operadores no universo das concessões municipais.

Pelo menos 45 municípios portugueses têm perdas acima dos 50% e 19 não fazem sequer a medição. A Indaqua salienta que é em Santo Tirso e na Trofa, onde a empresa mantém uma concessão conjunta, que se regista o valor de água não facturada mais baixo a nível nacional: 9,7%.

O relatório divulgado na página da ERSAR refere que “o valor da média do indicador de perdas reais para o serviço em alta e para o serviço em baixa com uma densidade de ramais igual ou superior a 20 quilómetros de rede, apresentou uma evolução favorável entre 2017 e 2019, mas esta tendência inverteu-se em 2020, resultando esta ineficiência na perda de cerca de 197 milhões de metros cúbicos de água na rede, por ano”.

A ERSAR defende no relatório “novas formas de gestão” da água, cada vez mais escassa, “como a produção de águas residuais tratadas para reutilização, que em 2021 representou apenas 1,2% da água residual tratada”.

E também alerta para a “insatisfatória” ocorrência de inundações no saneamento, devendo ser reabilitados os colectores, e diz que pode ser melhorado o acesso físico à recolha selectiva de resíduos, alertando ainda que a lavagem de contentores de recolha selectiva diminuíram em 2021 em relação a 2020.

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