Qatar oferece cinco mil milhões pelo Manchester United
Proposta está abaixo dos 6,7 mil milhões que os Glazer estão a pedir pelo controlo dos “red devils”, mas é quase o dobro do que Boehly pagou pelo Chelsea.
O Manchester United está à venda, não é barato e há vários interessados, o último dos quais o Emir do Qatar, o xeque Tamim bin Hamad al-Thani, que, segundo o jornal Guardian, terá colocado em cima da mesa uma proposta a rondar os cinco mil milhões de euros. Escreve o jornal britânico que a proposta qatari não chega aos 6,7 mil milhões que os Glazer pedem pelos “red devils”, mas que, ainda assim, faria da venda do United a maior de sempre no que diz respeito a organizações desportivas – o Chelsea, vendido em Maio do ano passado, custou “apenas” 2,8 mil milhões ao consórcio liderado pelo norte-americano Todd Boehly.
Em Novembro passado, os Glazer anunciaram a intenção de saírem de Old Trafford, depois de 17 anos a controlar os destinos do clube, sempre com enorme contestação dos adeptos e com poucas conquistas desportivas, sobretudo depois da retirada de Alex Ferguson em 2013.
Logo se começaram a alinhar vários potenciais compradores, entre Jim Ratcliffe, dono do grupo INEOS e um dos homens mais ricos de Inglaterra, que também mostrou interesse em comprar o Chelsea e que controla o Nice, da Liga francesa. Mas esta proposta qatari, segundo a imprensa inglesa, será a mais alta, apesar de não chegar ao patamar fixado pelos Glazer.
Há, no entanto, um potencial problema que pode impedir ou, pelo menos, atrasar o negócio. É que o Emir do Qatar já controla o Paris Saint-Germain através da Qatar Sports Investment (QSI) e, segundo as regras da UEFA, clubes com os mesmos donos não se podem defrontar nas competições europeias. Ou seja, se os “red devils” passarem a ser controlados pela QSI, um confronto com o PSG na Liga dos Campeões ou na Liga Europa nunca poderá acontecer.
Mas este é um obstáculo que, acrescenta o Guardian, está controlado pelos promotores da proposta do Qatar – poderá haver uma operação de sensibilização junto da UEFA para mudar os seus regulamentos ou, simplesmente, canalizar a operação por outro fundo de investimento que não a QSI.
A proposta de compra do Manchester United, um dos históricos do futebol mundial, surge na sequência de um Mundial no Qatar que os seus organizadores consideraram como um sucesso. E como mais uma etapa na operação de charme da pequena nação do Golfo para marcar o seu lugar como um país que não é apenas um produtor de petróleo e gás natural, que pode ser um parceiro de confiança para o mundo, tal como os seus vizinhos da região fizeram com outros clubes da Premier League inglesa – a família real saudita controla o Newcastle United, a família real de Abu Dhabi controla o Manchester City.
A concretizar-se, este será mais um investimento (e, de longe, o maior) do Qatar em clubes de futebol na Europa. Em 2011, passou a controlar o PSG, investindo como poucos para fazer dos parisienses uma das equipas mais fortes do futebol europeu. E há poucos meses, adquiriu uma participação de 22% do Sp. Braga por 19 milhões de euros – ficou com as acções que eram da Olivedesportos.