Incêndio no centro de Lisboa faz dois mortos e 14 feridos
O fogo ficou confinado ao rés-do-chão de um prédio no bairro da Mouraria. Entre os 14 feridos estão quatro crianças. Vítimas são todas estrangeiras, diz Protecção Civil.
Duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas na sequência de um incêndio que deflagrou, este sábado ao início da noite, no rés-do-chão de um prédio na Rua do Terreirinho, no bairro da Mouraria, no centro de Lisboa, adiantou o Regimento de Sapadores Bombeiros da capital.
Os 14 feridos, quatro dos quais são crianças, foram transportados para os hospitais de Santa Maria, de S. José, e de D. Estefânia, em Lisboa, especificou o comandante Tiago Lopes, do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa. "À partida, não são feridos graves, são feridos leves, a maior parte deles por inalação de fumos", acrescentou o comandante. Pelas 14h35 deste domingo, onze feridos tinham tido alta, disseram à Lusa fontes dos hospitais de São José, Santa Maria e Dona Estefânia.
Segundo adiantou ao PÚBLICO fonte do Santa Maria, este hospital recebeu quatro feridos — duas crianças e dois adultos — que não corriam perigo de vida; tiveram necessidade de fazer oxigénio, mas não inspiravam cuidados.
O alerta foi dado "por volta das 20h35" e, quando os bombeiros chegaram ao local, "os habitantes estavam a tentar auxiliar as vítimas", descreveu. "As pessoas viviam todas no rés-do-chão, que foi onde se iniciou o incêndio", disse ainda.
Dado como extinto às 21h15, o fogo ficou confinado ao rés-do-chão do prédio de quatro andares.
O trânsito teve que ser cortado e no local estavam, às 22h30, cerca de 50 operacionais da PSP, do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) e do Regimento Sapadores de Bombeiros de Lisboa e cerca de 20 viaturas, especificou Tiago Lopes.
Há ainda vários desalojados que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, garantiu que terão o apoio da autarquia. "Ninguém vai ficar sem tecto", assegurou Carlos Moedas, que foi ao local para se inteirar da situação e falar com os familiares das vítimas.
De acordo com a Protecção Civil municipal, há pelo menos 20 desalojados, nove dos quais estão no local e onze hospitalizados. “Até ao momento, seis indicaram necessitar de alojamento de emergência”, disse à Lusa Margarida Castro, directora do Serviço Municipal de Protecção Civil de Lisboa (SMPCL). A responsável ressalvou que os dados ainda estão em actualização e que as primeiras informações indicam que o número de residentes no prédio será maior.
As causas do incêndio ainda não são conhecidas. "Ainda estamos a avaliar o que aconteceu, o prédio é antigo", explicou o presidente da autarquia.
Vítimas são todas estrangeiras, diz Protecção Civil
As pessoas que estavam no prédio cujo rés-do-chão ardeu eram todas estrangeiras, especialmente da região asiática, disse à Lusa uma responsável da autarquia lisboeta.
Margarida Castro, directora do SMPCL, disse à Lusa que as informações preliminares de que dispõe indicam que além dos dois mortos, também estrangeiros, das 14 vítimas do incêndio transportadas para hospitais duas são de nacionalidade argentina e 11 da Península do Industão, região asiática que compreende países como a Índia, Paquistão, Bangladesh e Nepal.
Um português ficou também ferido, mas é uma "vítima colateral", porque não estava no prédio aquando do incêndio.
Margarida Castro disse que, apesar de o incêndio ter sido apenas no rés-do-chão, o prédio ficou inabitável. Na segunda-feira será feita uma vistoria.
Marcelo falou com Moedas
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou no sábado à noite com Carlos Moedas para “se inteirar das consequências” do incêndio na Mouraria, lamentando a perda de vidas humanas.
“O Presidente da República falou esta noite com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa para se inteirar das consequências do incêndio esta noite na Mouraria, lamentando a perda de vidas humanas e inteirando-se da situação das pessoas afectadas”, pode ler-se numa mensagem enviada à agência Lusa no sábado à noite.
Segundo a mesma nota, Carlos Moedas, que estava acompanhado do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, “explicou a Marcelo Rebelo de Sousa os contornos conhecidos daquele lamentável incêndio, bem como das iniciativas já tomadas pela câmara municipal para alojar e acompanhar a situação das pessoas afectadas”. com Lusa
Notícia actualizada às 13h05 de dia 5 de Fevereiro