Cancro é detectado mais cedo nos cães de raça e nos machos

Novo estudo publicado na revista Plos One conclui que cancro é uma “das principais causas de mortes” destes animais. Recolher sangue pode ser solução para diagnóstico precoce.

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Cancro é detectado mais cedo nos cães de raça pura e mais jovens Angel Luciano/Unsplash

Tal como acontece com os humanos, o cancro nos cães pode ser mais facilmente tratado quando está num estado inicial. No entanto, nestes animais esta é uma doença que pode estar anos na fase pré-clínica, o que significa que os exames físicos anuais e testes que devem ser feitos no veterinário “são inadequados para a detectar” quando está no início.

Estas são alguns dos resultados de um novo estudo publicado na revista científica Plos One, que concluiu ainda que o cancro é detectado mais cedo nos cães de raça do que nos rafeiros.

No entanto, isto não quer dizer que o diagnóstico acontece durante os primeiros anos de vida do animal. De acordo com esta investigação, nos cães de raça pura, o cancro só é detectado aos 8,2 anos, enquanto nos de raça mista nunca antes dos 9,5 anos.

Para chegar a esta conclusão, foram analisados 3.452 cães, 2.537 dos quais de raça pura e 915 classificados como de raça mista ou outros. Ficou provado ainda que nenhum destes animais recebe o diagnóstico antes dos cinco anos.

No caso do bulldog, dogue alemão, lébrel irlandês, boxer e são bernardo, o cancro é diagnosticado por volta dos seis anos. Por outro lado, no beagle, border collie, pastor alemão, cocker spaniel, springer spaniel e american staffordshire terrier a doença só costuma ser descoberta aos dez anos. A raça onde o cancro é detectado mais tarde é o bichon frisé — aos 11,5 anos.

Apesar destas conclusões, a investigação reforça que “o cancro é uma das principais causas de morte” nestes animais, incluindo nas raças menos afectadas. Em relação ao género, a pesquisa provou também que os machos em idades mais jovens, castrados ou não, são diagnosticados mais cedo do que as fêmeas com as mesmas características.

Biópsia líquida para diagnóstico precoce

Tendo em conta que os exames físicos e testes não são suficientes para detectar a doença numa fase inicial, a solução apontada pelos investigadores é uma biópsia líquida, método não invasivo que utiliza uma análise ao sangue do animal para verificar a existência de tumores antes de se estes espalharem para qualquer órgão.

“A questão de como fazer o rastreio nos cães com cancro pode mudar em breve para quando começar a fazê-lo”, reforça o estudo.

De uma forma geral, a média da idade do diagnóstico nos mais de três mil cães analisados são os 9 anos (8,8). Os investigadores salientam, por isso, que os rastreios devem começar dois anos antes de a doença se poder manifestar, ou seja, aos sete. Isto permitiria um diagnóstico precoce e uma maior taxa de sucesso no tratamento do cancro.

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