Eutanásia: aquilo que os liberais deviam estar a defender

O último gesto, o acto final de um processo que põe termo a uma vida, deveria caber, sempre que possível, ao indivíduo e nunca ser diferido para um médico.

Ao contrário do que muita gente anda por aí a dizer, a começar pelos políticos empenhados na aprovação da nova lei da eutanásia, a questão do “e” e das vírgulas chumbada pelo Constitucional não é irrelevante. A nova definição de “sofrimento de grande intensidade”, como (respirem fundo) “sofrimento físico, psicológico e espiritual, decorrente de doença grave e incurável ou de lesão definitiva de gravidade extrema, com grande intensidade, persistente, continuado ou permanente e considerado intolerável pela própria pessoa”, resulta numa espectacular babugem de palavreado, que, como todas as babugens, oculta muito e clarifica pouco.

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