Miguel von Hafe Pérez vai programar o CAV de Coimbra até 2026
O novo ciclo de exposições do Centro de Artes Visuais será divulgado no próximo dia 14.
O curador e crítico de arte Miguel von Hafe Pérez vai programar o Centro de Artes Visuais de Coimbra (CAV) durante o próximo quadriénio. A escolha foi anunciada esta sexta-feira pelo CAV, num comunicado em que agenda para o próximo dia 14, data em que o centro cumpre o seu 20.º aniversário, a divulgação do novo ciclo de exposições, que terá como mote A vida, apesar dela.
Criado a partir dos célebres Encontros de Fotografia de Coimbra e sediado no edifício do Colégio das Artes, no Pátio da Inquisição, o CAV, dirigido por Albano Silva Pereira, é uma estrutura independente de produção de exposições de arte contemporânea, que privilegia a fotografia e a imagem e movimento.
Miguel von Hafe Pérez, que dirigiu entre 2009 e 2015 o Centro Galego de Arte Contemporânea (CGAC), em Santiago, não quis antecipar ao PÚBLICO detalhes da programação que irá desenvolver em Coimbra, uma vez que esta será publicamente anunciada no dia 14. Sabe-se apenas que o programa abrirá com a inauguração simultânea de duas as exposições no dia 11 de Março, uma delas intitulada Now here, now here, e uma outra do artista Luís Palma.
Licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras, do Porto, Miguel von Hafe Pérez inciou o seu percurso profissional na Fundação de Serralves, ainda no final do anos 80, e foi depois director artístico da Fundação Cupertino de Miranda, em V. N. de Famalicão, na segunda metade dos anos 90.
Após a sua participação na Porto 2001, para a qual programou mais de vinte exposições, incluindo mostras tão relevantes como a colectiva Squatters/Ocupações, co-produzida por Serralves e pelas capitais europeias do Porto e Roterdão, ou First Story – Construir Feminino/ Novas Narrativas para o Século XXI, comissariada pela alemã Ute Meta Bauer, o curador passou ainda pelo Centre d’Art Santa Mònica, em Barcelona, antes de dirigir o CGAC em Santiago.
A par destas e outras actividades profissionais, também desenvolveu para a Fundação Ilídio Pinho, entre 2002 e 2009, o projecto Anamnese, um catálogo digital de artistas portugueses contemporâneos.
Desde que deixou o Centro Galego de Arte Contemporânea, em 2015, Miguel von Hafe Pérez vem trabalhando como curador independente, tendo comissariado várias exposições, entre as quais se destaca a grande retrospectiva de Álvaro Lapa – No Tempo Todo – que Serralves exibiu no primeiro semestre de 2018.
O comunicado do CAV cita uma breve declaração do curador que pode ser lida como uma posição de princípio: "É a voz do artista que se materializa na sua obra que melhor responde às nossas representações mais ou menos limitadas do mundo. É o artista que decide como e quando determinados assuntos podem ter relevância no seu trabalho. É a própria diversidade no interior desse trabalho que importa sublinhar. Nem sempre de pendor político, nem sempre formalista, é ao autor que cabe a responsabilidade de viver no seu tempo sem dele ser refém.”