Olivier Py vai dirigir o Théâtre du Châtelet em Paris

Ex-director do Festival de Avignon quer “reinventar a identidade” do teatro parisiense.

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Théâtre du Châtelet, em Paris Paulo Pimenta

O encenador, dramaturgo e actor Olivier Py foi anunciado esta quarta-feira como o próximo director artístico do Théâtre du Châtelet pela presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo. O ex-director do Festival de Avignon irá substituir Thomas Lauriot dit Prévost, que dirigia sozinho o teatro parisiense desde que a co-directora britânica Ruth Mackenzie fora afastada em 2020.

Antecipada pelo jornal francês Le Figaro e depois confirmada por Anne Hidalgo, a nomeação do antecessor de Tiago Rodrigues no Festival de Avignon dá-se num momento em que o Théâtre du Châtelet enfrenta problemas financeiros, com um défice que o jornal Le Monde estima entre quatro e seis milhões de euros, apesar de recentes sucessos de público como o espectáculo musical 42nd Street.

Ainda segundo o Le Monde, o teatro recebe 15 milhões de euros da Câmara de Paris e gera cerca de 10 milhões de euros de receitas próprias.

Num tweet publicado esta quinta-feira, a autarca socialista Anne Hidalgo descreve Py como um “imenso artista, saudado em todo o mundo”, e considera a sua nomeação “uma promessa segura de audácia, de alegria, de surpresas e de impertinência”.

O novo director artístico afirma querer “transformar o Châtelet num lugar de excepção”, e promete “tentar reinventar a identidade” do teatro, mas também “servi-la”, lembrando o “extraordinário legado” da casa, ligado “à música, à opereta, à comédia musical, à dança”.

Mas a sua nomeação, adianta o Le Monde, não agradou aos aliados ecologistas de Hidalgo, e em particular a Alice Coffin, eleita para a assembleia municipal parisiense, uma jornalista e militante feminista e LGTB+ que integra também a administração do teatro. “A escolha de Olivier Py para a direcção do Théâtre du Châtelet tem tanto de arbitrário como do sexismo muito particular do mundo cultural e do mundo político”, afirmou Coffin no Twitter, lamentando que tenham sido preteridas em seu favor “duas mulheres com excelentes candidaturas”: Valérie Chevalier e Sandrina Martins.

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