Sem Enzo, o Benfica teve muito João Mário e Aursnes
Limitados pela ausência de jogadores importantes, os “encarnados” realizaram uma exibição personalizada em Arouca e venceram, por 0-3, com o português e o norueguês a assumirem o protagonismo.
Com o turbilhão de avanços e recuos do mercado de transferências de Janeiro a decorrer ao mesmo tempo do jogo, um Benfica limitado pelas ausências de Enzo Fernandes, Rafa e Gonçalo Ramos mostrou ter soluções no plantel para, mesmo fragilizado, ultrapassar obstáculos com a competência do Arouca. No arranque da segunda volta da I Liga, as “águias” realizaram uma exibição personalizada e, num triunfo, por 0-3, contaram com uma dupla inspirada: Aursnes fez as assistências para um bis de João Mário - Musa fez o último golo.
Após duas vitórias alcançadas sem sobressaltos (Santa Clara e Paços de Ferreira) na condição de visitante, na terceira deslocação consecutiva do Benfica Roger Schmidt tinha um nó para desatar. Privado da coluna central em termos ofensivos (Enzo, Rafa e Gonçalo Ramos), o treinador apresentou-se em Arouca com um plano de jogo inédito e inesperado: Gonçalo Guedes surgiu com a referência do ataque. No banco, num sinal de algum desequilíbrio do plantel benfiquista, havia dois guarda-redes, quatro defesas, um médio e dois avançados.
Assim, perante um Arouca cómodo no campeonato - tem 12 pontos de vantagem sobre o antepenúltimo – e que também tinha uma baixa (a negociar uma transferência, o palestiniano Dabbagh ficou de fora), o Benfica entrou, como se esperava, a assumir o controlo do jogo.
No entanto, perante um rival com as suas linhas bem recuadas, foi preciso quase uma dezena de minutos para que o uruguaio Arruabarrena sentisse calafrios: após uma boa jogada de Bah, Opoku, com um corte difícil, evitou que Guedes ficasse em posição de finalizar.
Apesar da ameaça, a teia montada por Armando Evangelista parecia conseguir amarrar um Benfica com deficit de jogadores na área. Porém, a equipa de Schmidt não precisou de usar a força para desmontar a táctica arouquesa: aos 25’, com uma jogada de filigrana, Grimaldo, Neres e Aursnes, quase sempre ao primeiro toque, encontraram o espaço necessário para confirmar os dotes de goleador de João Mário.
Sem a pressão de ter que marcar, o Benfica passou a partir desse momento a gerir o ritmo com conforto. Resultado? Até ao intervalo, a qualidade da partida baixou e, tal como a noite de Arouca, o jogo tornou-se frio.
Com a estatística ao seu favor - esta época, as “águias” venceram todos os jogos em que saíram em vantagem ao intervalo -, os benfiquistas entraram na segunda parte com a atitude do arranque e, perante um Arouca expectante, a receita do primeiro tempo repetiu-se. Mostrando uma eficácia acima da média, o Benfica construiu nova jogada de classe, com João Mário e Aursnes de novo no papel de protagonistas: após um passe de Guedes, o norueguês deu um toque subtil na bola e o internacional português fez o 14.º golo na época, o 10.º na I Liga.
Oito minutos depois, o Arouca construiu pela primeira vez perigo, mas o jogo já estava no bolso benfiquista e, uma dezena de minutos depois de entrar em campo, Musa aproveitou uma bola perdida para fazer o 0-3 e fechar as contas da 16.ª vitória "encarnada" no campeonato.