OMS: Covid-19 mantém-se como emergência de saúde pública

A Organização Mundial da Saúde considera que a covid está num “ponto de transição”, mas mantém nível de alerta global, em decisão anunciada esta segunda-feira.

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O ainda elevado número de mortes e hospitalizações é um dos motivos para a OMS manter a covid como emergência de saúde pública STEPHANE MAHE/REUTERS

A covid-19 continua a ser uma emergência global de saúde pública. Naquela que era antecipada como a primeira oportunidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir o nível de alerta da pandemia da covid-19, as cautelas mantiveram-se. O director-geral, Tedros Adhanom Gebreyesus, aponta que “a pandemia está provavelmente num ponto de transição”, mas a baixa taxa de vacinação em países mais pobres e o ainda elevado número de mortes devido à covid-19 determinaram a decisão.

Assinalam-se esta segunda-feira três anos desde a declaração do director-geral da OMS de que o surto de covid-19 era uma emergência global de saúde pública – ou seja, uma ameaça para todo o mundo. Ao contrário da pandemia, que só é declarada quando o vírus se fixa em várias regiões do planeta (no caso da covid foi a 11 de Março), esta é uma definição mais política do que técnica. Ao classificar a covid como emergência de saúde pública, a OMS define que esta é uma ameaça para todos os países e desperta a atenção para a necessidade de cooperação internacional, além de emitir uma série de recomendações alinhadas com o nível de alerta.

Além deste carácter simbólico, este nível de alerta não cria novas obrigações para os países: nem ao nível de financiamento nem ao nível da implementação de medidas de saúde pública.

A manutenção deste nível de alerta é decidida pelo director-geral da OMS, aconselhado pelo Comité de Emergência, formado por especialistas convidados pela própria OMS. “O comité concorda que a covid-19 continua a ser uma doença infecciosa perigosa com a capacidade de provocar danos substanciais à saúde e aos sistemas de saúde”, relata a OMS em comunicado.

A redução da gravidade da doença provocada pelas novas subvariantes da Ómicron e o fim de várias medidas de saúde pública (como o uso de máscaras em espaços fechados) alimentaram a possibilidade de reverter a decisão tomada há três anos – mas ainda terá de esperar. O Comité de Emergência volta a reunir-se em Abril, onde este tópico voltará a ser debatido.

Até lá, a OMS volta a reforçar o apelo à vacinação da população, em especial nos países mais pobres, onde as taxas de imunização são muito mais baixas. É pedido ainda aos países que mantenham uma elevada monitorização das infecções, para precaver novos surtos de subvariantes com maior capacidade de escapar ao nosso sistema imunitário (como aconteceu com a “variante Kraken”, a XBB.1.5, nos Estados Unidos).

Ao longo destes três anos, houve pelo menos 669 milhões de casos e 6,7 milhões de mortes atribuídas à covid. Só este mês de Janeiro contamos quase 11 milhões de casos e menos de 60 mil mortes, de acordo com os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos).

Em Portugal, desde o início da pandemia, já houve mais de 5,5 milhões de casos confirmados e 25.987 mortes associadas à covid-19.

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