António Costa garante que chegará ao fim da “maratona” em 2026
“Nunca ouvirão da minha boca qualquer desculpa pela realidade nova, que é inesperada, para dizer que não cumpri aquilo que temos de cumprir”, assegura o primeiro-ministro.
O secretário-geral do PS, António Costa, garantiu este sábado que, apesar da ansiedade de "muita gente" e mesmo que os "músculos" lhe doam durante o percurso, vai chegar ao fim da "maratona" da legislatura em 2026.
Ao discursar em Viseu durante a sessão "Prestar contas", perante um milhar de militantes de todo o país, o também primeiro-ministro disse que "esta legislatura não é uma corrida de 100 metros", mas sim "uma maratona" que começou em 2022 e continuará até Outubro de 2026.
"Eu sei que há muita gente que, ou porque não tem fôlego, ou porque é ansiosa, quer que Outubro de 2026 seja já amanhã. Nem o Viriato conseguiria que 2026 fosse já amanhã", gracejou.
Segundo António Costa, "as maratonas não se correm com ansiedade", nem a olhar para trás e para o lado. "Correm-se com muita determinação e com os olhos postos na meta. E com a capacidade de saber que essa corrida de 42 quilómetros dói no percurso", frisou.
Apesar de não ter tido "a felicidade de poder ser corredor de maratonas no atletismo", assegurou: "Os músculos podem doer muito, mas eu cá estou para chegar à meta em 2026."
António Costa afirmou que o seu Governo tem feito "um esforço grande para continuar a manter o rumo firme", tendo em conta os compromissos assumidos e as "dificuldades inesperadas" que teve de enfrentar. "Nunca ouvirão da minha boca qualquer desculpa pela realidade nova, que é inesperada, para dizer que não cumpri aquilo que temos de cumprir", frisou.
E porque "esta legislatura começou em 2022, continua em 2023, continuará em 2024, continuará em 2025 e ainda até Outubro de 2026", o Governo apresentou os resultados do ano passado, com um crescimento do PIB de 6,7%, maior do que o previsto.
"Foi o segundo país da União Europeia que mais cresceu. Conseguimos manter o emprego e continuar a fazer diminuir o desemprego. Hoje há mais meio milhão de portugueses a trabalhar do que havia em 2015", referiu.
Apesar de a pandemia ter aumentado a pobreza em Portugal, o país já recuperou e, comparando 2015 ao dia de hoje, há "menos 700 mil pessoas em situação de pobreza ou de exclusão social", acrescentou.
"Conseguimos este crescimento, a manutenção do emprego, o combate à pobreza, cumprir estas promessas e mantendo uma marca da nossa governação: termos as contas certas. E, por isso, a dívida diminuiu, porque nós não queremos deixar esse encargo para as gerações futuras. É dever da nossa geração abater a dívida que a nossa geração também criou no nosso país", considerou.
À chegada ao pavilhão multiusos, onde decorreu a sessão "Prestar contas", estava um grupo de cerca de meia centena de funcionários judiciais da Comarca de Viseu, que gritavam: "Costa, escuta, sem nós não há justiça." Envergando camisolas pretas com a inscrição "Justiça para quem nela trabalha", os funcionários judiciais exigiam, através de cartazes que tinham nas mãos, "Promoções já" e "Integração de suplemento x 14 meses já".
Poucos metros à frente, mais silenciosos, cerca de 20 professores acenavam com lenços brancos, dando continuidade à luta feita durante a semana.