Polícia israelita prende mais de 40 pessoas ligadas a atentado contra sinagoga

Já este sábado, um palestiniano de 13 anos alvejou duas pessoas em Jerusalém Oriental antes de ser morto.

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Acção das forças de segurança israelitas na sequência do atentado na sinagoga em que morreram sete pessoas Reuters/AMMAR AWAD

A polícia israelita deteve 42 pessoas neste sábado durante uma operação especial relacionada com o atentado cometido na véspera numa sinagoga em Jerusalém Oriental e em que morreram sete pessoas.

A maioria dos presos são familiares ou vizinhos do autor do ataque, um palestiniano que vivia em Jerusalém Ocidental descrito pelas forças de segurança como um “terrorista”. Entre os detidos, estão os pais do responsável pelo tiroteio, segundo a imprensa israelita.

Na sexta-feira à noite, um homem disparou sobre uma multidão de pessoas que acabava de sair de uma sinagoga no bairro de Neve Yaakov, onde tinham participado nas cerimónias de início do shabat, o dia santo do calendário semanal judaico. Sete pessoas morreram, embora este número ainda possa aumentar, uma vez que três pessoas foram hospitalizadas em estado grave.

O comissário da polícia israelita Kobi Shabtai descreveu o tiroteio como “um dos piores ataques nos últimos anos”. O autor dos disparos, identificado como um palestiniano de 21 anos, foi morto no local.

Já neste sábado registou-se um segundo ataque, aparentemente não relacionado, em que, segundo a polícia, uma criança palestiniana de 13 anos baleou duas pessoas, deixando-as feridas, no bairro de Silwan, perto da cidade velha de Jerusalém. A polícia diz que o autor do ataque foi “neutralizado”, mas há relatos de que foi abatido a tiro por dois civis que testemunharam o tiroteio.

Os dois israelitas feridos, um pai de 59 anos e o filho de 20, receberam cuidados médicos e as suas vidas não estão em risco, segundo o serviço de emergência.

As autoridades israelitas mobilizaram as unidades antiterrorismo para patrulharem “permanentemente” a área de Jerusalém, com ordens para “responderem com prontidão a qualquer acontecimento excepcional sempre que necessário”, segundo a BBC.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou o local do tiroteio ainda na noite de sexta-feira e prometeu adoptar medidas imediatas, embora não tenha especificado quais.

Os ataques surgem num contexto de tensão crescente entre Israel e Palestina. Na véspera, o exército israelita realizou uma das acções mais violentas na Cisjordânia nos últimos anos, em que morreram nove pessoas. A operação, que decorreu num campo de refugiados em Jenin, visava elementos pertencentes ao grupo terrorista Jihad Islâmica, mas pelo menos dois civis foram mortos.

Em resposta, o grupo terrorista disparou rockets na direcção do território israelita. As forças israelitas também dispararam projécteis contra alvos na Faixa de Gaza.

A notícia do atentado em Jerusalém Oriental — zona ocupada ilegalmente por Israel desde 1967 e reivindicada como capital de um futuro Estado palestiniano — foi celebrada na Cisjordânia e em Gaza, embora nenhum grupo tenha reivindicado o ataque. Um porta-voz do Hamas disse que o ataque contra a sinagoga é “uma resposta natural às acções criminosas da ocupação”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar “extremamente preocupado com a escalada de violência em Israel e nos territórios palestinianos ocupados” e apelou à “contenção” de todas as partes.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ter conversado com Netanyahu, a quem ofereceu apoio de Washington e descreveu o tiroteio de sexta-feira como “um ataque contra o mundo civilizado”. O secretário de Estado, Antony Blinken, desloca-se a Israel nos próximos dias, numa viagem que já estava programada.

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