Santos Silva dá puxão de orelhas a ministra por falhas no envio da agenda do Governo

Presidente da Assembleia da República considera inaceitável que agenda dos ministros não seja disponibilizada a todos os partidos.

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Santos Silva tem ouvido queixas de deputados por ficarem em situação de desigualdade face ao PS Nuno Ferreira Santos

O presidente da Assembleia da República deu um puxão de orelhas à ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, perante os líderes das bancadas, por não disponibilizar atempadamente a agenda dos ministros aos deputados da oposição. Não foi o primeiro pedido de Augusto Santos Silva e, por isso, o aviso foi feito num tom mais firme, apurou o PÚBLICO junto de fontes parlamentares.

A advertência a Ana Catarina Mendes foi feita na última conferência de líderes, a 18 de Janeiro, depois de vários grupos parlamentares terem pedido o acesso atempado à agenda dos ministros para poderem acompanhar os membros do Governo nas visitas oficiais que fazem aos municípios. Como só o PS tem acesso à informação, as restantes bancadas sentem que ficam em situação de desigualdade.

O presidente da Assembleia da República considerou a situação inaceitável e a ministra respondeu que iria tentar corrigir a falha, apurou o PÚBLICO.

Ainda esta quarta-feira, só os deputados socialistas estiveram presentes na iniciativa do "Governo mais próximo" em Castelo Branco, o que na perspectiva da oposição compromete o trabalho dos seus parlamentares e levou até que o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, se referisse no plenário à ausência de deputados do PSD nas visitas.

Em Maio do ano passado, Santos Silva já tinha considerado que a informação prévia das visitas oficiais de membros do Governo aos municípios deveria chegar a “todos os deputados eleitos nos círculos respectivos”, referindo-se também aos círculos da emigração.

Agora, o presidente da Assembleia da República reiterou o pedido, depois de ter ouvido queixas por parte de alguns grupos parlamentares da oposição. Esse aviso, embora descrito com um tom institucional, consta da súmula da conferência de líderes de 18 de Janeiro, disponível no site da Assembleia da República. Santos Silva pediu para que a ministra “efectuasse as diligências que entendesse necessárias, junto do Governo, para o cumprimento deste dever de informação”.

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