Ataque israelita mata nove palestinianos na Cisjordânia

Raide em campo de refugiados de Jenin provocou ainda mais de 20 feridos graves. Outro palestiniano morreu e sete ficaram feridos em protestos contra a acção israelita.

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Forças israelitas invadiram o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada ALAA BADARNEH/EPA

Comandos israelitas mataram esta quinta-feira nove palestinianos no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia. Segundo as autoridades palestinianas, entre os mortos, além de sete homens armados, estão dois civis. Os confrontos durante o raide terão causado mais de 20 feridos graves.

O ataque colocou em alerta os mediadores internacionais, que receiam uma escalada da violência na região — desde há anos que um ataque só não provocava tantos mortos.

Mediadores das Nações Unidas e dos países árabes disseram estar em diálogo com os lados israelita e palestiniano na esperança de evitar uma intensificação da tensão depois do ataque em Jenin.

As forças israelitas têm aumentado as incursões nesta região da Cisjordânia no último ano, e esta não é a primeira vez que entram no campo de refugiados. Em Abril do ano passado, o exército de Israel matou um palestiniano e feriu outros 13 numa incursão em Jenin.

As forças israelitas entraram no campo de refugiado para deter membros da Jihad Islâmica suspeitos de planear e levar a cabo "vários grandes ataques terroristas". De acordo com a sua versão, terão respondido aos tiros com que foram recebidos.

A Jihad Islâmica disse que dois dos seus homens morreram durante os confrontos desencadeados pela rusga em Jenin. O movimento islâmico palestiniano Hamas reclamou quatro dos mortos. O outro morto pertencia à Fatah do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

De acordo com residentes de Jenin, as duas outras vítimas não estavam armadas. O jornal The Guardian diz tratar-se de uma mulher de 61 anos e de um homem civil.

Um porta-voz de Abbas condenou o ataque no norte da Cisjordânia, que descreveu como "um massacre conduzido durante um silêncio internacional suspeito".

O vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, garantiu que Israel “vai pagar pelo massacre em Jenin”. “A nossa resistência não vai quebrar e vai responder em breve”, acrescentou al-Arouri, citado pela agência noticiosa italiana ANSA.

Por sua vez, o porta-voz da Jihad Islâmica Palestiniana, Tarik Salmi, afirmou que a organização a que pertence também está preparada para responder. “A resistência está em todo o lado, preparada e desejosa de se envolver na próxima confrontação”, afirmou Salmi.

Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, pelo menos 29 cidadãos, entre civis e armados, já foram mortos na Cisjordânia por forças israelitas desde o dia 1 de Janeiro. No ano passado, o total foi de 170 mortes, entre a milícia e civis desarmados.

Um palestiniano morto e vários feridos em novos confrontos

Na sequência do raide israelita em Jenin, registaram-se confrontos em vários outros pontos da Cisjordânia. Devido a disparos do exército israelita, pelo menos um palestiniano morreu e sete ficaram feridos.

“O jovem Youssef Yahya Abdul Kartim Muhaisen, 22 anos, morreu na sequência de ferimentos graves no Complexo Médico Palestiniano de Ramallah, como consequência dos disparos da ocupação [israelita] em Al-Ram”, segundo refere um comunicado do Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).

Em Al-Bireh, a norte de Ramallah, quatro palestinianos foram alvejados por tropas israelitas. Um deles foi atingido no peito e está em estado grave, segundo as autoridades palestinianas.

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