Morreu o músico Jorge Loução, fundador dos Roquivários
Compositor de êxitos do rock português da primeira metade dos anos 80, como Cristina (beleza é fundamental), tinha 66 anos.
O músico Jorge Loução, co-fundador da banda Roquivários, morreu esta quinta-feira de manhã em Setúbal, aos 66 anos, vítima de enfarte do miocárdio, disse à agência Lusa um familiar.
Nascido na Beira, em Moçambique, a 28 de Janeiro de 1956, Jorge Loução morreu esta manhã no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, para onde fora transportado na quarta-feira na sequência de uma indisposição, acrescentou a mesma fonte.
Loução destacou-se como compositor de canções, em particular da banda que fundou, em 1980, com o saxofonista Mário Gramaço, e assinou êxitos como Cristina (beleza é fundamental).
O músico, que iniciou a sua carreira em 1972, fixou-se em Almada após o 25 de Abril de 1974, cidade onde tiveram origem os Rock & Varius, como assinavam na altura – a grafia Roquivários só foi adoptada mais tarde.
Pronto a Curtir, o álbum de estreia da banda, foi lançado na editora Rádio Triunfo, em 1981, e incluía Ela controla, o primeiro sucesso a afirmar o grupo e a destacá-lo na vaga de rock português que marcou a época.
Jorge Loução (guitarra e voz), Juca (guitarra) Mário Gramaço (saxofone e voz), Midus Guerreiro (baixo e voz) e Fernando Rabanal (bateria) compunham a formação inicial dos Rock & Varius, disse à agência Lusa Mário Gramaço.
Já sem Juca na formação, os Rock & Varius ainda gravaram um single com o tema Totobola, com letra de Mário Gramaço e música de Jorge Loução, também editado pela Rádio Triunfo, indicou o saxofonista.
Em 1982, o grupo editou na EMI Valentim de Carvalho o álbum Roquivários, nome por que passaram a designar a formação.
Depois deste segundo álbum, os Roquivários lançaram na mesma editora o single Cristina (beleza é fundamental), com o o refrão "Cristina, não vais levar a mal/ mas beleza é fundamental". A banda acabou em 1984.
Professor de educação musical e músico profissional, Jorge Loução formou, após o fim dos Roquivários, os Graffiti, que lançaram um álbum para a CBS, e editou depois a solo o trabalho Encontro.
A música foi uma constante na vida de Jorge Loução, que foi proprietário de um bar onde tocava, em Almada, e onde gostava de dizer que nunca deixaria de "fazer rock à sombra do Cristo-Rei".