Canto gregoriano em Lisboa com os olhos postos em Roma e no Vaticano

Concerto na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, prepara alunos para aprendizagens em Roma e no Vaticano. Sábado, dia 28, às 17h.

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Concerto de alunos em Odivelas, em 2022 DR

Ponto de partida: um concerto em Lisboa. Objectivo imediato: uma viagem de estudo a Roma e ao Vaticano, para enriquecer conhecimentos musicais e também para um concerto. Pode parecer um plano de trabalhos, e em abstracto talvez seja, mas é em primeiro lugar a música como fonte de vida. É assim que a Escola Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa, com o Patriarcado de Lisboa e o Mosteiro de São Vicente de Fora, anunciam um concerto de Canto Gregoriano e Consort de Flautas de Bisel, com direcção de Filipa Taipina e Diana Pinto, neste sábado, dia 28 de Janeiro, na Igreja de São Vicente de Fora, pelas 17h. Um concerto que se destina a angariar fundos para amortizar uma viagem de estudo (e concertos dos alunos) a Roma e ao Vaticano.

Será, dizem os promotores, uma viagem de estudo interdisciplinar do curso secundário de Canto Gregoriano, Consort de Flautas e História da Cultura e das Artes da Escola Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa, a realizar em Fevereiro, cujo plano inclui várias actividades: aulas no Pontificio Istituto di Musica Sacra (PIMS) com o professor Franz Karl Prassl; workshops; aulas abertas; visitas a monumentos e museus; e a realização de um concerto de Canto Gregoriano e Música Portuguesa do Século XVII para Consort de Flautas na basílica do PIMS.

No comunicado em que se explica o sentido do concerto e o motivo da viagem dos alunos, a professora e harpista Filipa Taipina (doutorada em canto Gregoriano pelo PIMS) afirma que “esta é uma escola pública de ensino vocacional básico e secundário de música, única no país e na Europa por incluir no seu plano de estudos disciplinas exclusivamente dedicadas ao ensino específico do Canto Gregoriano”. Fundada em 1976 com o nome de Instituto Gregoriano de Lisboa (IGL), a escola teve como antecessor o Centro de Estudos Gregorianos, criado em 1953 como estrutura de investigação do Instituto de Alta Cultura, destinado “a formar investigadores, cantores, organistas e chefes de coro, tendo sido pioneiro em Portugal na leccionação, a nível superior, de matérias como História da Música, Paleografia e Órgão”. No início, diz, “o ensino era assegurado por professores oriundos do Conservatório Nacional Superior de Paris, da Universidade de Paris-Sorbonne, da Escola César Frank e do Instituto Gregoriano de Paris.” Em 1983, extintos os cursos superiores dos conservatórios, o IGL passou a escola vocacional de música (básico e secundário) enquadrando-se nessa qualidade a anunciada viagem de estudo.

A terminar, e em defesa dos objectivos a que tal viagem de estudo se propõe, escreve Filipa Taipina: “Espera-se assim, proporcionar uma experiência pedagógica única de enriquecimento musical e cultural, bem como de desenvolvimento individual e sentido de pertença à escola, no pressuposto de que o Canto Gregoriano é uma pedra basilar na cultura musical da música erudita ocidental e, tal como a cidade de Roma, um inquestionável património da humanidade.”

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