Sondagem coloca PSD à frente do PS pela primeira vez em muito tempo
Estudo de opinião da Pitagórica para a TVI/CNN Portugal atribui 30,6% aos sociais-democratas, acima dos 26,9% obtidos pelos socialistas. Desde 2016 que o PSD não superava o PS numa sondagem.
PSD em primeiro e PS em segundo. Este cenário não era visto desde 2016 (ainda era Passos Coelho líder do PSD), ano em que foi divulgado o último barómetro a colocar os sociais-democratas à frente dos socialistas, e repete-se agora numa altura em que diversas polémicas e demissões têm vindo a erodir a estabilidade do Governo chefiado por António Costa. De acordo com dados compilados pela ERC, a última sondagem a colocar o PSD à frente do PS foi em Março de 2016, com o estudo da Aximage a dar 36,1% aos sociais-democratas e 33,8 aos socialistas.
A sondagem da Pitagórica para a TVI/CNN Portugal publicada esta quarta-feira atribui 30,6% das intenções de voto ao PSD (um valor praticamente inalterado face ao último estudo deste empresa, com uma ténue subida de 0,2 pontos percentuais), que beneficia da queda de 9 pontos do PS, para os 26,9%. Os 3,7 pontos percentuais que separam PS e PSD neste estudo de opinião estão pouco acima dos 3,48% da margem de erro desta sondagem, pelo que os dois partidos estão praticamente em empate técnico.
Em terceiro surge o Chega com 14,2% (cresce 5,1 pontos relativamente ao último estudo), seguido da Iniciativa Liberal (8% – a IL sobe 2,8 pontos). O Bloco de Esquerda avança mais de 2 pontos para os 5,6% e a CDU (aliança eleitoral entre PCP e PEV) perde 2,1 pontos, caindo para os 2,2%. Por fim, Livre (1,9%) e PAN (0,9%) recuam ambos 0,3 pontos percentuais.
A sondagem mostra ainda que 63% dos inquiridos reprovam a forma como o primeiro-ministro António Costa está a governar o país, ao passo que apenas 31% dos entrevistados dizem aprovar. No primeiro caso, regista-se um crescimento de 9 pontos percentuais de avaliações negativas, enquanto no segundo há um recuo de 10 pontos nas avaliações positivas à governação liderada por Costa.
É difícil dissociar estes números – em particular aqueles relativos a António Costa e ao PS – das polémicas que têm assolado o executivo socialista ao longo das últimas semanas e que provocaram já várias demissões no Governo, entre as quais a de Pedro Nuno Santos.
O trabalho de campo do estudo de opinião consistiu na recolha de 828 entrevistas telefónicas e foi levado a cabo entre 11 e 17 de Janeiro, pelo que a sondagem permite já aferir o impacto nas intenções de voto das demissões do já referido ex-ministro das Infra-estruturas, bem como das secretárias de Estado do Tesouro e da Agricultura.