Marcelo: Conselho Económico e Social ou muda ou “perde relevância”

Nos 30 dos CES, Assis afirmou que se “vive na democracia da desconfiança”. Uma sociedade assim “está doente”

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Marcelo no encerramento da apresentação do livro sobre os 30 anos do CES LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Ramalho Eanes faz 88 anos, o Conselho Económico e Social 30. Na sessão de encerramento da apresentação do livro sobre os 30 anos do CES, do jornalista Pedro Tadeu, esta quarta-feira, o Presidente da República deu os parabéns ao primeiro chefe de Estado eleito depois do 25 de Abril – não só pelo aniversário, mas pelas “décadas ao serviço do país”. “Sinto que o papel do Presidente Eanes foi crucial em sucessivos momentos históricos. É bom tê-lo aqui connosco, de magnífica saúde, a atestar mais uma data da democracia portuguesa”.

Marcelo defendeu que é preciso “perceber” que se o Conselho Económico e Social “ficar como está começa a perder relevância, o que é injusto para a democracia portuguesa” e reconhecendo que o que se passa em Portugal com a “multiplicação dos órgãos de consulta significa a irrelevância dos órgãos de consulta”. “As instituições de consulta multiplicam-se todos os dias e sobrepõem-se”. Francisco Assis, como o PÚBLICO noticiou esta quarta-feira, defende que se aproveite o processo de revisão constitucional para fazer alterações no CES.

Democracia doente?

“Vivemos a democracia da desconfiança”, disse o presidente do CES no seu discurso. Sem expressamente aludir a nenhum dos recentes casos políticos, Francisco Assis argumentou que “se está a levar a desconfiança a um nível patológico”: “Desconfiamos todos uns dos outros. Uma sociedade em que toda a gente desconfia de toda a gente está doente”.

Para Assis, “não é um indivíduo ou um partido” que pode responder a este estado de coisas. “A resposta virá da energia da sociedade”.

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