Chaminé cai durante a noite em escola de Braga requalificada em 2011
Uma chaminé caiu na escola secundária Sá de Miranda, em Braga. A causa para o incidente, que não provocou feridos, ainda não foi identificada. O estabelecimento foi requalificado entre 2009 e 2011.
Uma chaminé de desenfumagem cedeu, durante a noite, no tecto do último piso de um dos três vãos de escada do edifício principal da Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga. O incidente, que não chegou a atingir o pavimento de escada, nem provocou quaisquer feridos, ocorreu entre o encerramento da escola, às 23h30 de terça-feira, e a abertura de portas, às 6h40 desta quarta-feira. O alerta foi dado por um funcionário da escola, e de imediato foram chamados responsáveis da Parque Escolar, entidade pública que gere as infra-estruturas do estabelecimento de ensino, para averiguar as causas do incidente.
Ao PÚBLICO, a directora da escola situada a norte da cidade de Braga, Antonieta Silva, revela que, para já, o motivo para o desabamento da chaminé, cujo objectivo passa por garantir a segurança contra incêndios através da extracção de fumo, ainda não foi identificado, mas acredita que o “desgaste dos materiais onde estava assente a estrutura da chaminé” pode ser a justificação, visto que a queda ocorreu num tecto. “Aquilo é uma zona onde não há circulação de pessoas e não é um sítio onde os alunos consigam chegar para fazer ali alguma pressão”, acrescenta.
A deterioração do equipamento, que continua suspenso no tecto, não estava detectada pela escola, que, em conjunto com a Parque Escolar, “faz muitas acções de monitorização” durante todo o ano. “Não identificamos aquela zona como sendo de risco, e estávamos longe de imaginar que poderia acontecer uma coisa destas”, refere a responsável, salvaguardando que, “se há parte positiva” no incidente, é que o mesmo ocorreu durante a noite.
Por ora, está interdito o acesso ao vão de escada onde se encontra a chaminé suspensa, mas os cerca de 1100 estudantes da escola secundária podem circular por outras duas escadarias de acesso aos pisos superiores do edifício principal do estabelecimento de ensino.
Ainda não há data para a reparação
Elementos da Parque Escolar, entidade pública que gere as infra-estruturas da escola bracarense, estiveram esta manhã no estabelecimento de ensino para averiguarem o incidente, mas “ainda não há previsão sobre o tempo e o investimento” da reparação.
Em 2009, a escola foi alvo de requalificação através de um projecto que compreendeu a remodelação dos espaços existentes e a construção de um novo edifício, no qual funcionam actualmente secretaria, auditório, sala de professores, biblioteca e museu. A inauguração deu-se em Janeiro de 2011 e as obras custaram 14,4 milhões de euros, mais 1,2 acima do inicialmente previsto. Em 2012, um relatório de auditoria do Tribunal de Contas concluiu que a Parque Escolar efectuou pagamentos “ilegais” no valor de 546.185 mil euros.
Apesar dos gastos e da recente requalificação, a directora do estabelecimento de ensino entende que o incidente ocorrido com a chaminé “pode acontecer em estruturas desta dimensão, como é a complexidade de uma escola”, e admite que, em breve, serão “monitorizadas eventuais situações similares a esta que possam existir” na escola.
A escola secundária Sá de Miranda nasceu em 1836 sob a designação de Liceu de Braga, tendo funcionado em vários locais da cidade. A partir de 1921, deslocou-se para as actuais instalações, no antigo colégio da Congregação do Espírito Santo, na freguesia de São Vicente, na zona norte de Braga.