O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou, neste domingo, que a Alemanha se irá juntar ao projecto H2Med, o gasoduto que ligará a Península Ibérica ao resto da Europa e que estará operacional em 2030.

"Decidimos alargar o H2Med, que graças aos fundos europeus liga Portugal, Espanha e França à Alemanha, que será um parceiro na infra-estrutura deste projecto", disse Macron após a cimeira franco-alemã deste domingo para assinalar os 60 anos do Tratado do Eliseu e pôr fim às tensões entre Paris e Berlim em 2022.

Macron salientou, citado pela agência espanhola EFE, que existe "uma vontade" de promover o hidrogénio verde a nível europeu e recordou que este projecto é mais viável do que o MidCat, o plano originalmente defendido por Espanha e Portugal para o transporte de gás.

"O MidCat não era boa estratégia, consistia em transportar gás e atravessar os Pirenéus, mas esta agora é uma boa estratégia, passando através do Mediterrâneo", disse.

O chanceler alemão Olaf Scholz, que na altura apoiou o MidCat e tentou "convencer" Macron a implementá-lo, considerou neste domingo que o H2Med "é um bom projecto para o futuro" e valorizou o seu "bom ancoradouro europeu", ao reunir os seus parceiros espanhóis e portugueses, bem como os franceses.

Na Cimeira Euro-Mediterrânica de Alicante, a 9 de Dezembro, França, Espanha e Portugal acordaram a construção deste gasoduto submarino entre Barcelona e Marselha. Este acordo permitirá o transporte de hidrogénio verde através da Europa, no contexto da procura de alternativas às fontes de energia poluentes, num momento de crise devido à guerra na Ucrânia.

O projecto inclui duas infra-estruturas transfronteiriças, uma entre Celorico da Beira e Zamora, e outra subaquática, entre Barcelona e Marselha e será financiado até 50% por fundos europeus.

Em comunicado divulgado neste domingo, o governo espanhol também confirmou que a Alemanha se juntará ao projecto e recordou que "o H2Med estará operacional em 2030 e espera-se que possa transportar dois milhões de toneladas de hidrogénio verde por ano de Espanha, o que representará 10% do total consumido pela UE".

"Até 2050, estima-se que 20% de toda a energia na Europa será hidrogénio renovável", destacou o Ministério Espanhol para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico.