Quase metade das pessoas internadas com gripe em UCI não estava vacinada
Na semana de 9 a 15 de Janeiro desceram os casos de infecções respiratórias em adultos e em crianças. Ainda assim, os episódios de urgência por todas as causas subiram 6,9%.
Na semana de 9 a 15 de Janeiro houve um aumento das situações de urgência devido a gripe que terminaram em internamento em unidades de cuidados intensivos (UCI), revela o relatório semanal da Direcção-Geral da Saúde (DGS) Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização. Dos utentes que chegaram à urgência com gripe, 7,5% precisaram dos mais diferenciados cuidados de saúde. Isto representou um aumento de 0,7 pontos percentuais em relação à semana anterior.
Mas o dado que mais chama a atenção nestes casos é aquele que revela que "88,2% dos doentes tinham recomendação para vacinação contra a gripe sazonal" mas apenas "48,7% estavam, de facto, vacinados", sublinha a DGS. Desde o início da época, a maioria dos casos de gripe em UCI correspondeu ao grupo etário com 65 ou mais anos (54,9%) e ao subtipo A(H3), quando subtipado. Destas pessoas, 82,4% tinham doença crónica.
Já a Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em UCI reportou uma diminuição dos doentes com gripe que necessitaram destes cuidados (1,4%).
Voltando ao relatório da DGS, os episódios de urgência hospitalar por todas as causas aumentaram 6,9% na segunda semana do ano face à anterior, sendo que também houve "um ligeiro aumento" das consultas médicas nos centros de saúde. A procura dos serviços de saúde por síndrome gripal e outras infecções respiratórias baixou neste período.
Na segunda semana de Janeiro, registaram-se 732.588 consultas médicas nos cuidados de saúde primários, mais 2% relativamente à semana anterior e uma diminuição da proporção de consultas por síndrome gripal (0,24%; -0,11 pontos percentuais) e por infecção respiratória aguda (4,7%; -1 p.p.).
Relativamente à procura das urgências hospitalares, o relatório, publicado no site da DGS, refere que foi registado um aumento do número de casos por todas as causas, totalizando 122.721, mais 6,9% do que na semana anterior. Observou-se, contudo, uma diminuição de 10,9% da proporção dos episódios de urgência por gripe (612).
Também se assinalou um aumento ligeiro da média móvel a sete dias da ocupação de camas em enfermaria por todas as causas (80%) e uma estabilização da média móvel a sete dias da ocupação de camas em UCI por todas as causas (71%).
Internamentos por covid descem
No dia 15 de Janeiro foram reportados 317 casos com covid-19 internados (-8% em relação à semana anterior), dos quais 24 se encontravam internados em UCI (-35%), um valor que corresponde a 9,4% do nível de alerta de 255 camas de UCI ocupadas.
Também se observou uma diminuição do número de internamentos por vírus sincicial respiratório (RSV) em crianças com menos de dois anos.
O número total de atendimentos triados pelo SNS24 também diminuiu para 22.834 atendimentos semanais (-11,2%), assim como o número de chamadas para o INEM (29.012 chamadas; -0,5%).
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) registou igualmente uma redução do número de ocorrências (27.572; -1,5%) e do número de accionamentos dos meios de emergência médica (27.146; -1,8%)
Neste período foram emitidos 2602 certificados de óbito, precisam os dados, acrescentando que "a mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional".
A mortalidade específica por covid-19 apresentou uma tendência estável, abaixo do limiar recomendado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença (20 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes).