A Universidade de Yale mudou a política em relação aos alunos que estão com problemas de saúde mental. A partir de agora, estes estudantes vão poder ficar o tempo necessário em casa sem perder o seguro de saúde ou ter de passar por um processo de readmissão — ao contrário do que acontecia anteriormente.
Segundo o Washington Post, alguns alunos estavam a ser pressionados pela administração da universidade americana para desistirem, depois de serem conhecidos os seus problemas de saúde mental. Para voltarem a frequentar a instituição, tinham de concorrer novamente. Agora, dois meses depois, o mesmo jornal refere que, num email enviado aos alunos, o reitor da universidade americana garantiu que os alunos que estejam com problemas de saúde mental poderão ficar o tempo que precisarem sem ir às aulas, não sendo obrigados a desistir, e que poderão voltar às aulas “quando se sentirem prontos”.
No mesmo email, Pericles Lewis afirmou que as mudanças ocorrem depois de “serem ouvidos estudantes actuais e antigos, e em colaboração com colegas de toda a universidade”. “Espero que estas políticas revistas aliviem preocupações sobre o estatuto de estudante, permitindo que tu (e as pessoas que te apoiam) se foquem no que é importante”, diz o email, citado pelo Washington Post.
Em Novembro último, antigos e actuais alunos de Yale fizeram queixa contra a universidade, acusando a instituição de discriminação contra alunos com doenças mentais e de pressioná-los a desistir. Alguns terão sido pressionados, quando ainda estavam no hospital, a abandonar o campus até 72 horas depois, com a condição de voltar apenas com autorização expressa do reitor.
O Washington Post refere ainda que muitos alunos entrevistados disseram ter perdido o seguro de saúde de Yale — e, consequentemente, o acesso a terapia e tratamentos —, justamente no momento em que mais precisavam dele.
Com a nova política, os estudantes vão poder tirar o tempo que precisam sem ter de desistir, e vão continuar a poder usufruir do seguro de saúde. Yale garantiu ainda que poderão também continuar a trabalhar como trabalhadores-estudantes, a reunir-se com conselheiros e a frequentar o campus e a biblioteca.
“Nunca pensei que isto fosse acontecer durante a minha passagem por aqui”, disse, citado no mesmo texto, Akweley Mazarae Lartey, líder de um grupo de estudantes com deficiência, o Defy. “Perdi o seguro de saúde quando decidi tirar uma licença de dispensa. Perdi acesso à medicação e terapia. Em vez de ter mais ajuda, as coisas pioraram”, descreve. “Espero que, mais do que uma mudança de política, haja uma mudança de atitude, para que os estudantes que precisam de ajuda não sejam castigados, mas apoiados.”