Taxa média do crédito à habitação subiu para máximo de 10 anos em Dezembro
Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 2,365% em Novembro para 2,715% em Dezembro.
A subida das taxas Euribor está a reflectir-se de forma mais acentuada no conjunto dos contratos à habitação. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quinta-feira, revelam uma subida muito expressiva da taxa de juro média no conjunto dos contratos existentes, que se situou em Dezembro em 1,898%, mais 30,1 pontos base (ou 0,301 pontos percentuais) que em Novembro (1,597%). Trata-se do valor mais elevado desde Setembro de 2012.
A subida da taxa nos contratos mais recentes foi mais expressiva. Nos contratos celebrados nos últimos três meses (neste caso entre Setembro e Novembro), a taxa de juro média subiu para 2,715%, 35 pontos base acima dos 2,365% do mês anterior. E, nestes contratos, o valor médio da prestação subiu 29 euros, para 536 euros.
Voltando ao conjunto dos contratos de crédito à habitação, o capital médio em dívida no último mês do ano aumentou 241 euros, para 62.004 euros, e a prestação média fixou-se em 299 euros, traduzindo uma subida de 11 euros face a Novembro e de 46 euros (18,2%) comparativamente com Dezembro de 2021. O valor médio da prestação atingiu o valor mais elevado desde Abril de 2009.
Ainda relativamente à prestação média de 299 euros verifica-se que 99 euros (33%) correspondem a pagamento de juros e 200 euros (67%) a capital amortizado. Contudo, comparativamente com Dezembro de 2021, verifica-se que a componente de juros representava apenas 16% do valor médio da prestação (253 euros). Esta diferença vai acentuar-se nos próximos meses, ou seja, o peso dos juros sobem e a amortização do capital desce.
Considerando a variação no conjunto do ano – que ficou marcado ainda por taxas negativas no primeiro semestre e uma subida expressiva a partir do Verão –, a taxa de juro média anual de todos os créditos à habitação fixou-se em 1,084%, valor superior em 24,2 pontos base (ou 2,42 pontos percentuais) ao do ano anterior.
O capital médio em dívida aumentou 3833 euros, para 60.142 euros. Isolando apenas o destino de financiamento para aquisição de habitação (excluindo a compra de terrenos ou reabilitações, que representam uma fatia menor), o capital médio em dívida subiu de 63.243 euros em 2021, para 67.633 euros em 2022. E a prestação média mensal para o conjunto do ano aumentou 12,9% (31 euros), para 268 euros.
As taxas Euribor, presentes em cerca de 90% dos contratos à habitação, continuam a subir. Esta quinta-feira, os prazos a três e seis meses a três e seis meses aumentaram 0,051 pontos e 0,025 pontos percentuais, para 2,393% e 2,857%,respectivamente. A taxa a 12 meses baixou ligeiramente, ao ser fixada em 3,300%, menos 0,011 pontos que na sessão anterior.