No reencontro, Messi marcou primeiro, Ronaldo marcou mais

CR7 marcou os seus dois primeiros golos em solo árabe. Mas quem ganhou foi o PSG por 5-4, com um golo do argentino e uma grande exibição de Mbappé.

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Messi e Ronaldo estiveram juntos em campo EPA/STR

Depois de quase duas décadas a dividirem entre si os títulos e os recordes, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi defrontaram-se mais uma vez. Não num jogo de Liga dos Campeões, como na primeira vez em que se cruzaram em campo, há 15 anos, mas num exercício de activação de marca da Arábia Saudita. Não havia aqui títulos nem pontos em disputa, apenas puro entretenimento com dois cabeças de cartaz e uma marca para vender ao mundo. Messi e Ronaldo compareceram e fizeram aquilo que sempre têm feito: durante uma hora, o tempo em que ambos estiveram em campo, receberam todas as atenções e deram espectáculo.

Messi marcou primeiro, Ronaldo marcou mais no triunfo do PSG por 5-4 no particular frente a um combinado de jogadores do Al Nassr e do Al Hilal, as duas maiores equipas de Riade. Naquele que foi o 37.º confronto entre o português e o argentino, não havia propriamente um grande investimento competitivo de nenhum dos lados, mas seguramente que seria um embaraço para o PSG, com todas as suas “estrelas”, perder este jogo. Assim como seria uma promoção negativa esta equipa com o melhor que o futebol saudita tem para oferecer sofrer uma goleada.

Com um “onze” perto do seu melhor, com o seu trio maravilha formado por Messi, Neymar e Mbappé, e com Renato Sanches a jogar de início, a formação parisiense não demorou muito a colocar-se na frente. Tudo muito simples. Bola de Mbappé para Messi e o argentino, perante uma saída em falso do guarda-redes dos “All Stars” de Riade, picou a bola por cima dele e fez o primeiro.

Não era o melhor regresso ao activo para Ronaldo, ele que já não jogava desde os minutos finais do Portugal-Marrocos do Mundial e que ressurgia agora, num combinado "treinado" por Marcelo Gallardo e ao lado de jogadores como o ex-FC Porto Moussa Marega, o argentino Pity Martínez ou o brasileiro Luiz Gustavo.

Nos primeiros minutos, CR7 teve mais toques de calcanhar que não deram em nada (3) do que remates (1), enquanto o PSG parecia em ritmo de passeio e sem levar o jogo demasiado a sério - podia bem ter marcado mais uns três ou quatro golos sempre que decidia acelerar um pouco mais.

Mas, aos 34’, teve a “ajuda” do seu antigo colega no Real Madrid Keylor Navas para voltar aos golos. Numa bola aérea, o guardião costa-riquenho falhou a intercepção e acertou em cheio na cara de Ronaldo. O árbitro assinalou penálti e não podia ser outro a marcar. O português avançou, marcou e, pela primeira vez em solo saudita, fez a sua celebração de golo: salto e pose de matador com o grito de guerra que todos conhecemos.

Pouco depois, o PSG ficou a jogar com menos um, por expulsão de Bernat, que travou um dos sauditas quando este iria ficar sozinho aos 39’. Mesmo em inferioridade numérica, os parisienses recuperaram a vantagem, com um golo de Marquinhos após uma excelente jogada e cruzamento de Mbappé. E o campeão francês podia ter aumentado a sua vantagem, não fosse um penálti falhado de forma ridícula por Neymar aos 46’, depois de uma bola na mão na área dos Riade All-Stars.

Quem não falhou foi Ronaldo, que, pouco depois de acertar na barreira na conversão de um livre directo, fez o 2-2. Na sequência dessa jogada, CR7 cabeceou ao poste e, na recarga, fez o 2-2, também contando com a ajuda involuntária de outro antigo colega, Sérgio Ramos, que não conseguiu tirar a bola da sua área. Foi com este empate que se chegou ao intervalo.

Depois, no segundo tempo, Ramos fez o 3-2 após cruzamento de Mbappé aos 53’, e Jang empatou para a equipa da casa aos 59’. Logo a seguir, saíram as “estrelas” da noite – Messi e Ronaldo saíram de campo praticamente ao mesmo tempo. E entraram mais uns "velhos" conhecidos do futebol português, como Anderson Talisca (ex-Benfica) Andre Carrillo (ex-Sporting e ex-Benfica) e Matheus Pereyra (ex-Sporting), enquanto do lado do PSG também tiveram minutos os portugueses Danilo Pereira, Vitinha e Nuno Mendes.

Mesmo sem as vedetas, os golos continuaram a aparecer. Mbappé fez o 4-3 de penálti aos 60’, Ektike fez o 5-3 aos 78’, e Talisca ainda reduziu para 5-4 já para lá dos 90’, com um remate de longa distância. Como ficou o resultado, todos terão ficado satisfeitos, até o milionário que pagou 2,4 milhões por um bilhete VIP que lhe deu acesso aos balneários e possibilidade de tirar fotos com os craques. E Ronaldo até foi eleito pela organização do jogo como o melhor em campo, e pareceu genuinamente surpreendido com essa distinção.

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