Tigre-de-bengala sacrificado após fugir de uma casa privada, matar animais e ferir um homem
Tigre-de-bengala escapou de uma casa em Joanesburgo, na África do Sul, matando vários animais e ferindo um homem. Episódio levanta questões sobre o uso de espécies exóticas como animais de estimação.
Autoridades sul-africanas sacrificaram um tigre-de-bengala, na quarta-feira, após o animal ter escapado de uma divisão numa casa particular, matando em seguida vários animais e ferindo um homem. Este episódio ocorrido na África do Sul levanta várias questões sobre a escolha de acolher em casa animais exóticos como bichos de estimação.
O tigre-de-bengala em causa, uma fêmea de oito anos chamada Sheba, vivia num quintal de uma habitação nos arredores de Joanesburgo. Fugiu dessa morada na noite de sexta-feira, dia 13 de Janeiro, matando dois cães, um porco e um cervo. Um homem de 39 anos também ficou ferido, tendo sido socorrido por moradores que conseguiram afugentar Sheba com tochas incandescentes.
"Sheba atacou a parte inferior das pernas do homem, abaixo dos joelhos e da cintura", disse Gresham Mandy, do grupo de policiamento comunitário, uma estrutura local que reúne moradores e representantes da polícia para melhorar a segurança da área.
"Tomámos a decisão de a sacrificar para evitar mais tragédias esta manhã", afirmou Mandy à agência Reuters. A polícia passou alguns dias a tentar localizar o tigre, até que localizaram Sheba na madrugada de quarta-feira a entrar numa residência.
Direitos dos animais
A activista dos direitos dos animais, Louise de Waal, disse que foi um triste fim para "um pobre tigre que nunca pediu para ser um animal de estimação no quintal de alguém".
Os tigres não são nativos da África. A pessoa que mantinha Sheba em casa não prestou declarações aos jornalistas e a origem do animal continua desconhecida. A província de Gauteng, na África do Sul, onde fica Joanesburgo, não exige permissão para possuir animais selvagens e exóticos.
A Sociedade Nacional para a Protecção dos Animais (NSPCA, na sigla em inglês), que participou na operação de buscas de Sheba, disse que a polícia tentou trazê-la de volta ao local onde vivia, mas essas tentativas não tiveram sucesso e a segurança da comunidade foi priorizada.
“Podemos ver claramente como, numa situação como esta, em que a legislação é negligente, muitas vezes o bem-estar do animal é simplesmente desconsiderado”, disse Keshvi Nair, oficial de relações públicas da NSPCA.
