O estranho caso dos milhares de peixes que deram à costa nas praias de Finistère
Na semana passada, milhares de sardinhas e carapaus deram à costa nas praias de Finistère. O braço francês da associação ambientalista Sea Shepherd avançou com uma queixa por despejo de peixe no mar.
Os habitantes da pequena região costeira de Finistère, localizada a oeste de França, acordaram na semana passada com uma visão peculiar. Por volta das 11 horas de terça-feira, 10 de Janeiro, várias praias da baía de Douarnenez (como as de Pors ar Vag, Lestrevet e Pentrez) encheram-se com milhares de sardinhas e carapaus. De boca aberta, espalharam-se pela areia ao serem trazidos pela maré, para serem depois descobertas pelas pessoas que ali passaram.
Segundo a imprensa francesa, o fenómeno nunca foi visto naquela zona, pelo que Joël Blaize, autarca de Plomodiern (uma pequena cidade costeira com cerca de 2000 habitantes onde se localizam duas das praias afectadas) revelou que uma investigação, liderada pelo Parque Natural Marinho de Iroise, já está a decorrer para determinar as causas do arrojamento que ocorreu ao longo de mais de três quilómetros. “Achamos que pode ser do clima e esperamos que não seja da poluição…”, comenta o autarca, citado pelo jornal Le Parisien.
Por seu lado, as autoridades marítimas sugerem duas causas possíveis: o mau tempo – com vento forte a ser registado aquela zona nos dias anteriores – ou uma possível intervenção humana, por exemplo, associada a danos numa embarcação ou com o descarte de peixe capturado, que poderá ter sido depois trazido pelas ondas.
Porém, o braço francês do grupo ambientalista Sea Shepherd suspeita de despejo de peixe no mar, pelo que já apresentou uma queixa. “Estamos a apresentar uma queixa contra desconhecidos por suspeita de despejo no mar. É de notar que estamos a falar de milhares de indivíduos e animais, não de «toneladas» de mercadorias. Vamos parar de ver o oceano como um local de armazenamento! É um ambiente de vida”, pode ler-se no tweet publicado pela associação.
Numa outra publicação na mesma rede social, a Sea Shepherd France justifica a decisão com facto de ter havido muita actividade pesqueira que visava as mesmas espécies de peixes nos dias anteriores ao fenómeno.