Membros da comissão de inquérito à gestão da TAP devem tomar posse a 8 de Fevereiro
Inquérito parlamentar à tutela política da gestão da TAP deve arrancar depois de dia 8 de Fevereiro. Discussão sobre a proposta do Bloco está agendada para dia 1 do próximo mês e a votação para dia 3.
A conferência de líderes agendou esta quinta-feira a discussão sobre a comissão de inquérito proposta pelo Bloco de Esquerda (BE) à tutela política da gestão da TAP para 1 de Fevereiro e a votação para dia 3 do mesmo mês. O inquérito parlamentar deverá, por isso, arrancar depois de dia 8 do próximo mês, data em que os membros da comissão deverão tomar posse.
O partido pediu ainda o agendamento de um debate sobre os "quadros salariais" das empresas, a propósito do caso TAP, que ficou marcado para dia 10 de Fevereiro. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República após a reunião dos líderes parlamentares, o presidente do grupo parlamentar do BE justificou este pedido com a existência de "desigualdades" nas empresas como a TAP, onde os trabalhadores têm "salários baixos" e sofrem "cortes salariais", enquanto a CEO da companhia aérea tem um "salário principesco".
Sobre a audição de Christine Ourmières-Widener, que está esta quarta-feira a ser ouvida no Parlamento, Pedro Filipe Soares afirmou que os esclarecimentos prestados pela responsável da TAP sobre a indemnização paga à ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, demonstram que "há responsabilidades políticas que têm de ser devidamente esclarecidas" e que as "dúvidas" que o BE tinha sobre o acompanhamento dos ministros das Infra-estruturas e das Finanças à gestão da transportadora e "os actos de gestão da administração", "só ficaram adensadas".
"Uma administradora não pode dizer que aceitou fazer um comunicado à imprensa que não era factual porque teve indicação nesse sentido", disse o líder da bancada dos bloquistas, acrescentando que "há matérias" que têm de ser transformadas em "informação pública" através da comissão de inquérito à tutela política da gestão da empresa.
Questionado pelos jornalistas sobre se o BE estará disponível para alterar o âmbito do inquérito parlamentar, que procura averiguar a responsabilidade do Governo na gestão da TAP (que permitiu que a ex-governante Alexandra Reis saísse da empresa com uma indemnização de 500 mil euros), Pedro Filipe Soares garantiu que "não houve nenhum pedido de nenhum grupo parlamentar" nesse sentido e que não espera que "o vão fazer agora".
PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN já indicaram que viabilizarão a comissão de inquérito proposta pelo BE, cuja aprovação está, assim, garantida pela maioria parlamentar dos socialistas.