A ressaca do Bataclan
Nada de “emoções pessoais” nesta reconstituição da intensa actividade policial nos dias seguintes ao massacre, apenas um pragmatismo descritivo, seco, velocíssimo.
É a noite dos ataques ao Bataclan, em Novembro de 2015, e o polícia (Jean Dujardin) que prepara a intervenção pós-massacre na casa de espectáculos avisa os seus subordinados que se algum deles tiver amigos ou familiares entre as potenciais vítimas fica dispensado de participar — porque ele não quer “que se misturem emoções pessoais”. De certa forma, esse brevíssimo discurso do polícia resume o filme de Cédric Jiménez: nada de “emoções pessoais” nesta reconstituição da intensa actividade policial nos dias seguintes ao massacre, apenas um pragmatismo descritivo, seco, velocíssimo, e bastante elíptico (o próprio ataque, dado nos primeiros minutos, fica em elipse: não há um único plano do interior do Bataclan).
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