O inferno segundo São Damião
Sejam bem vindos à comédia humana da Hollywood à beira do som, num épico com tanto de demencial como de arrebatador, de excessivo como de certeiro. Mais seventies era impossível.
As marés vão e vêm e parece que a maré actual de um certo cinema americano está a trazer de novo à costa as lições da “nova Hollywood” da década de 1970: a mesma combinação de ambição, energia, desafio e bazófia que caracterizou os Bogdanovichs, De Palmas, Ashbys e outros Rafelsons desta vida; a mesma cinefilia apaixonada pelos clássicos; o mesmo embate com um sistema anquilosado que teima em resistir e em não os perceber. Poder-se-á dizer que os David O. Russell, Damien Chazelle, Barry Jenkins e Paul Thomas Anderson desta vida não estão ao nível daquela década fervilhante, mas talvez estejamos apenas demasiado “em cima” do assunto para o vermos com nitidez.
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